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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Literatura - D. João da Câmara

Por José Mendes Pereira


 João Gonçalves Zarco da Câmara

                 D. João da Câmara, nome que ficou conhecido mundialmente na literatura portuguesa. O dramaturgo, poeta e ficcionista João Gonçalves Zarco da Câmara, nasceu em Lisboa em 27 de Dezembro de 1852.

                 Descendia de nobres, pois seu pai, D. Francisco de Sales Gonçalves Zarco da Câmara era marquês da Ribeira Grande , e sua mãe,  D. Ana da Piedade de Brígida Senhorinha Francisca Máxima Mascarenhas da Silva. Tornou-se um importante dramaturgo no final do século XIX. Era casado com d. Eugênia de Mello Breyner.

            Estudou em princípio em Lisboa, no Colégio de Campolide, e em Louvâna, na Bélgica, regressando a Portugal com a morte do pai, em 1872. Posteriormente, estudou na Escola Politécnica e no Instituto Industrial.

            Regressou a Portugal e matriculou-se na escola Politécnica, a fim de dar prosseguimento ao curso iniciado no estrangeiro. A partir daí, D. João Câmara inicia intensamente a atividade literária. 

            Em 1873, escreveu para uma festa do Colégio de Campolide, o drama em 1 ato "Nobreza". No mesmo ano escreveu “O Monólogo” em prosa e verso “Charada e Charadistas”.                    

            Seria, contudo, o drama histórico D. Afonso VI que lhe traria o êxito, estreado a 13 de Março de 1890 no Teatro Nacional D. Maria II, com dos melhores atores portugueses do tempo.

            A obra-prima de D. João da Câmara é sem dúvida a comédia "Os Velhos", estreada a 11 de Março de 1893, no mesmo teatro. Não foi bem recebida pelo público e pela crítica de então e só mais tarde teve o reconhecido merecimento.

           Trata-se um texto de recorte realista, cuja ação decorre no Alto Alentejo, quando se aproximam as obras do caminho-de-ferro. Os Velhos "põem em cena uma animada galeria de criaturas reais, captadas na diversidade dos seus temperamentos, obsessões e afectos" (Rebello).
            "O Pântano", estreado a 10 de Novembro de 1894, já adapto outra corrente literária: o simbolismo, por influência de Maeterlinck.
    
            Depois escreveu duas comédias, “A Toutinegra Real e "O Ganha-Perde”, seguindo-se “A Triste Viuvinha” (1897), também de ambiente alentejano.

            No ano seguinte estreia um folhetim populista, A Rosa Enjeitada, oportunidade para uma grande criação da actriz Adelina Abranches. Mais tarde (1929) seria adaptada a opereta por Silva Tavares e Vasco de Macedo.

            D. João da Câmara escreveria ainda outras obras de menor valor e ainda várias operetas em colaboração com Gervásio Lobato e Ciríaco Cardoso.

             Lisboa, 2 de Janeiro de 1908) foi um dramaturgo português.

Obras:

                  1873 – Nobreza (drama), “Charada e Charadistas”.
              1876 – “Ao pé do Fogão (comédia). 
              1890 – “D. Afonso VI” (drama). 
              1891 – “Zé Pelonso” (farsa). “O Burro do Sr. Alcaide” (farsa) lírica). “Alcácer-Quibir” (drama). 
              1892 – “O Burro em Pancas” (farsa). “O Solar dos Barrigas”, (farsa). “O valete de Copas” v(mágica). “ Os anos da Menina” (opereta). 
              1893 –“Os Velhos” (comédia). “Cocó Reinete e Facada (opereta). 
                  1894 – “O Testamento da Velha” (opereta). “ Pântano” (drama). 
              1895 – “Toudinegra Real” (comédia). “El-Rei” (romance). 
              1896 – “ Ganha Perda” (comédia). “ Oito” (ópera cômica). 
              1897 – “Triste Viuvinha”. 
              1898 – “ O Beijo do Infante” (drama). 
              1900 – “Meia Noite” (contos).  
              1901 – “Aldeia na Corte” (drama). “João das Velhas” (ópera cómica). 
                 1903 – Teatro em Verso – (Alto do Menino Jesus. Os Dois Barcos. O Poeta e a Saudade). O Conde de Castel-Melhor (romance). 
                 1904 – “Casamento e Mortalha”. 
              1905 – “A Mordaça” (Drama, tradicional).  

              1908 – Falece em Lisboa, a 02 de Janeiro.  


                  Fonte de Pesquisa:

                  Obras imortais da nossa literatura
               Editora Três - São Paulo - Brasil.                                                      




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