Seguidores

terça-feira, 28 de junho de 2011

Cotidiano: Mossoró em 1927, uma viagem bem real

Por: Alguiberto Morais

O Rei Lampião

            Mossoró - Uma viagem pela Mossoró de 1927. Conhecer a cidade da época, os costumes, os times de futebol e uma história que vem sendo contada há exatos 81 anos. Foi em 13 de junho de 1927 que Lampião tentou tirar daqui 400 contos de Réis, e partiu correndo para o sertão paraibano. Os painéis expostos no Memorial da Resistência mostram os detalhes do plano dos cangaceiros, a reação do prefeito Rodolfo Fernandes, a formação das trincheiras... Tudo contado em figuras e palavras.

Prefeito Rodolfo Fernandes

             O que restou daquela época faz parte da história. E é um pouco dela que o repórter propõe contar agora: Mossoró de 1927 era uma cidade em crescimento comercial devido à exploração do sal, bem como um centro de expansão financeira, já que circulava cerca de 900 contos de Réis por dia na agência do Banco do Brasil.
            Foi essa peculiaridade que chamou a atenção dos cangaceiros. Pelas bandas do Ceará, o coronel Isaías Arruda tramou a invasão à cidades das quatro torres (das igrejas). E aqui se abre um parêntese para informar que Lampião sabia que não seria fácil arrancar 400 contos de Réis tão fácil de uma cidade que tinha essas torres todas. Era sinal de que tinha uma população numerosa. Na verdade, Mossoró apresentava pouco mais de 20 mil habitantes.

O coronel Isaías Arruda - De Aurora
          
               Voltando ao plano, com base nas informações passadas por Massilon Leite - cangaceiro com livre acesso à região Oeste e Alto Oeste do Rio Grande do Norte, já que era natural da cidade de Luiz Gomes, o coronel Isaías findou convencendo Lampião que o trabalho seria fácil. Tudo foi pensado para nada dar errado, e que a invasão ocorreria sorrateiramente.

O cangaceiro Massilon
           
               O que não se esperava era que os cangaceiros não se contivessem. Tanto que, antes mesmo de chegar ao Rio Grande do Norte, em 10 de junho de 1927, o prefeito Rodolfo Fernandes já sabia que o alvo seria Mossoró. E não deu outra. Um mês antes, em 10 de maio, um bando liderado por Massilon entrou em Apodi e fez um alvoroço grande. Houve saques ao comércio.
             Em 12 de junho, Lampião estava em Mossoró. Na então Freguesia de São Sebastião - atualmente município de Governador Dix-sept Rosado. De lá partiram bilhetes endereçados ao prefeito Rodolfo Fernandes. Mas Mossoró já estava preparada para o confronto, e antes do combate, mulheres, crianças, idosos e enfermos foram levados para lugares seguros. Trincheiras foram armadas em locais estratégicos.

Igreja Matriz de Santa Luzia

             Às 16h do dia 13, o bando entra na cidade, pela Avenida Alberto Maranhão. Da torre da Matriz de Santa Luzia vem o sinal. O clima fica tenso e se escuta, pouco tempo depois, o tirinete de bala troando.

Igreja de São Vicente

            O confronto maior se deu na Capela de São Vicente, onde, no adro, tombou Colchete, atingido na cabeça, e outro, Jararaca, foi ferido no peito.


Jararaca

          O restante da história todo mundo sabe. E quem ainda não tem ciência do resultado, basta visitar o Memorial da Resistência e saber quem foram os resistentes, as principais trincheiras e ler a troca de bilhetes entre Rodolfo Fernandes e Lampião.


Edilson Damasceno
Da Redação/jornal De Fato


Extraído do Blog Serra de Luiz Gomes




Um comentário:

  1. Anônimo17:11:00

    QUANDO CRIANÇA MINHA AVÓ CONTAVA MUITAS HISTÓRIAS SOBRE LAMPIÃO E MARIA BONITA. GOSTO MUITO DE PESQUISAR SOBRE VIRGULINO. EM SEU BLOG ENCONTRO TUDO QUE QUERO SABER SOBRE O CANGAÇO, TENHO RESIDÊNCIA EM CANINDÉ - CE E QUANDO VISITAR MOSSORÓ QUERO LHE CONHECER DE PERTO JOSÉ MENDES, POIS TENHO GRANDE ADMIRAÇÃO PELO SEU CONHECIMENTO SOBRE O CANGAÇO. MEU EMAIL: sobrinhooliveiraoliveira@yahoo.com.br

    ResponderExcluir