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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Excelentes informações sobre o "cangaço"


Diz que no ano de 1929, numa das andanças pastorais, o vigário de Glória, padre Emílio Ferreira, encontrou-se num arraial com o legendário Rei do Cangaço, que fora assistir à missa.
Por notável coincidência, o padre, momentos antes de celebrar o ofício, havia recebido de presente, das mãos de um caixeiro viajante amigo, um grande mapa-plano do Brasil que media aproximadamente 1m2, forrado de algodãozinho e pregado em dois cilindros finos de madeira para enrolar, uma edição do Ministério da Viação do Rio.
Após a missa, vai Lampião cumprimentar o sacerdote. Durante animada palestra desenvolvida entre goles de café, teve uma idéia o padre. Estendeu o mapa aberto sobre a mesa e, entregando a Lampião um grosso lápis encarnado, pediu-lhe:
-    “De vez que o senhor é Rei, marque e risque sobre esse mapa o tamanho de seu grande Reino”.
 
Mapa do Reino de Lampião 

Lampião, devagar, observando as localidades, rios e montanhas, perguntando muito e auxiliado pelo padre, foi traçando. Tomando por ponto de partida, ao norte, Mossoró, no Rio Grande do Norte, desceu, em zigue-zague, até Porto  da Folha, em Sergipe. Desceu mais até Capela e daí tangenciou numa linha até a fronteira da Bahia, onde penetrou por Itapicuru, talando o Estado por Riachão do Jacuípe até Morro do Chapéu. Desceu profundamente, em ponta de lança, até Barra do Estiva e Rio de Contas, donde iniciou a subida para Remanso. Continuando para cima, atingiu Juazeiro do Norte e Caririaçu, no Ceará, depois Jaguaretama, Morada Nova e Limoeiro do Norte, donde fechou o circuito para Mossoró
Em síntese, uma imensa área de cerca de 300.000 km2! 
Entusiasmado, exclamou o padre dirigindo-se ao Rei do Cangaço:

- “Territorialmente falando, seu REINO faria inveja a muita cabeça coroada da Europa!...”

 

 Fração do bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, no ano de 1936, Ribeira do Capiá, no Estado de Alagoas. Quem são estes cangaceiros?...Juriti


Casa da família de Lampião no Poço Negro, Floresta, Pernambuco, erguida em 1917

 

Lampião , Moderno, Zé Baiano e Arvoredo, sentados; Mariano, Ponto-Fino, Calais, Fortaleza, Mourão e Volta- Seca.  Fazenda Jaramataia, Gararu, Sergipe, 27 de novembro de 1929.

A 15 de agosto de 1921 foi Lampião ao Poço do Negro, riacho próximo à casa de D. Jacosa, para visitas de cumprimento à avó materna, em seu aniversário natalício. Tia Jacosa, como era conhecida por seus familiares, no arrasto dos oitenta e tantos, tinha a cabeça encanecida e, desatados do cocó, fios de cabelo flocavam ao capricho da aragem matutina e doce, finos quiném algodão-seda, empoados de luz, com parença de auréola de santa...  

Quedou-se Virgulino, do lado de fora da casa e sem ainda ser notado, contemplando, por alguns instantes, aquela figura-símbolo de uma geração que alicerçou a economia doméstica sertaneja e lhe deu fama: a Mulher Rendeira! Ainda em caminho, a 21 de agosto passou Lampião em Poço do Negro com seus dois irmãos e mais dois cabras, em visita de cumprimento à avó materna, por seu aniversário natalício, a 15 de agosto (Veja descrição no quadro ao lado).


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