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sábado, 26 de novembro de 2011

Canudos e o centenário de “Os Sertões”

Por: Jornalista Geraldo Maia

Foi com o objetivo de aproveitar o centenário de lançamento de “Os Sertões”, de


Euclides da Cunha, e conhecer a área onde se deu a saga de


Antônio Conselheiro, que uma caravana formada por 40 pessoas, entre alunos e professores da UERN – Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, além de pesquisadores da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e alguns convidados, embarcaram com destino a Canudos/BA, atravessando o sertão de cinco Estados, numa jornada de mais de mil quilômetros.



A partida se deu em Mossoró, às 5:00h da manhã do dia 04 de dezembro de 2002, num percurso pré-determinado que passou pelas cidades norte-rio-grandense de Assu, São Rafael, Jucurutu e Caicó, seguindo na Paraíba por Santa Luzia, Patos e Teixeira. Em Pernambuco passamos por São José do Egito, Sertania, Arco Verde e Águas Belas, seguindo depois por Paulo Afonso, já no estado da Bahia, onde pernoitou. A jornada prosseguiu no dia 05 de dezembro por Geremoabo, Ribeira do Pombal, Tucano, Euclides da Cunha e Canudos, num total de 1.045 Km percorridos. 
No dia 06 a caravana visitou Monte Alegre, o vilarejo que restou com o fim de Canudos. Muitos dos habitantes são descendentes de conselheristas, razão pela qual preferem chamar o local de Canudos Velha. Existe no local um conjunto de Igreja, uma estátua do
Conselheiro e um pequeno museu mantido pelos habitantes, onde estão expostos os vestígios da guerra. São relíquias como espingardas, balas, capacetes de soldados e outros objetos achados pelas redondezas. O vilarejo é banhado pelo açude Cocorobó, que esconde em suas águas o que restou da Canudos de Antônio Conselheiro.
 Na tarde daquele mesmo dia começou a programação oficial do aniversário de “Os Sertões”, com a chegada a Canudos de autoridades, que foram recepcionadas por vaqueiros em trajes típicos, tendo como cenário o Memorial Antônio Conselheiro.
 
A noite, inauguração do Memorial com uma série de eventos que ia desde palestras a lançamento de livros de autores como Oleone Coelho Fontes, Eldon Dantas Canário e outros, além de mostra fotográfica e artística sobre Canudos. 
No dia 07, Sábado, a caravana visitou os sítios histórico-Arqueológico do Parque Estadual de Canudos.
Parque Estadual de Canudos
Houve também manifestações populares da cultura sertaneja. Na tarde daquele mesmo dia, uma série de palestras foram ministradas pelos professores que acompanhavam a caravana. 
Na opinião dos alunos, aquele estava sendo um momento único de aprendizado, pois estavam tendo a oportunidade de encurtar a distância entre os livros e a realidade da guerra.
Segundo Lemuel Rodrigues, professor da UERN e coordenador da caravana, “os alunos participantes são favorecidos, pois têm a oportunidade de visitar em campo, além de discutir a teoria, o que facilita o trabalho em sala de aula. Ganha o professor em credibilidade, além de suscitar o interesse nos outros alunos pelo tema e pela viagem”. 
A programação encerrou-se com a exibição do filme “A Guerra de Canudos”, na noite do Sábado, coroando assim o evento que foi tido por todos os participantes como de excelente qualidade. 

O retorno deu-se na madrugada do Domingo, dia 08 de dezembro, por um outro percurso. Na nova rota, a caravana atravessou o
Raso da Catarina, uma das regiões mais inóspitas do nordeste brasileiro, passando pelas cidades de Bendengó, Formosa, Macururé, Chorrochó e Ibó, na Bahia; Salgueiro e Pena Forte, em Pernambuco; Jati, Brejo Santo, Milagres, Barro, Cachoeira dos Índios, Cajazeiras, São João do Rio do Peixe e Uiraúna, no Ceará, entrando no Rio Grande do Norte através de Major Sales, Rafael Fernandes, Pau dos Ferros, São Francisco do Oeste, Itaú, Caraúbas, governador Dix-sept Rosado e Mossoró, onde chegou por volta das 17:00h, num percurso de 661 Km, ou seja, quase metade do percurso usado na ida para Canudos.
Extraído do blog do GEMAIA

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