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sexta-feira, 16 de março de 2012

PAJEÚ TAMBÉM

De Lucivaldo Ferreira
Seja bem vindo

PAJEÚ TAMBÉM

Disse assim Louro, “O Rei dos Trocadilhos”:
no sertão, nem todo poeta rima.
Sei. Não faço nenhuma obra-prima,
só vãos versos sinceros e andarilhos,
sem prestígio e de motes estrapilhos,
sem nenhuma intenção de afrontar
a castiça poesia deste mar,
deste amar que é o rio dos cantadores.
Eu também sou do Pajeú das Flores,
também tenho as razões para cantar.

Só por que não imito os menestréis,
grandes mestres, poetas do sertão,
só por que não escrevo igual Cancão
Ninguém dá por meu verso um só réis,
nem aplausos, coroas, nem anéis,
mesmo assim sigo humilde a versejar.
Deixe, pois, o meu verso cru passar,
não o tenha com insulto ou desfavores.
Eu também sou do Pajeú das Flores,
também tenho as razões para cantar.

Sou da laia dos poetas libertos
indo na contramão deste pai rio.
Não o seu, mas o que me conduziu
à poesia sem regras em tons incertos.
Por que riem dos meus versos despertos?
Por que negam para mim um lugar
onde possa meu verso branquejar,
sendo o branco a mistura de mil cores?
Eu também sou do Pajeú das Flores,
também tenho as razões para cantar.

Sou poeta, mas não sei fazer repente
há quem diga que sequer faço poesia,
que minha métrica é quebrada, falha, fria,
que minha rima é pobre e incompetente,
que há em mim um sentimento que não sente,
falta arte, estudo, molho e pensar...
Inda assim faço meus versos, e apesar
de a mim teres por pequeno e sem valores
deixe eu ser do seu Pajeú das Flores,
dê-me, enfim, as razões para cantar.

Serra Talhada, 13/03/2012


O multiartista Lucivaldo Oliveira Ferreira nasceu em Salvador/BA no dia 05 de agosto de 1976 e aos dez anos mudou-se junto com a família para a cidade de Triunfo, no sertão pernambucano.
Aos treze anos iniciou seus estudos de música com o saudoso Maestro José Madureira, na centenária Banda Isaias Lima, onde veio ocupar mais tarde a função de diretor musical e em maio de 2003 tornou-se regente desta que é uma das Filarmônicas mais antigas do país.
Concluiu o Magistério em 1994 e em 1997 fundou o Grupo Ambrosino Martins e participou neste mesmo ano da criação do Grupo de Artes de Triunfo (GAT).
Dedicou oito anos de sua vida ensinando teatro, música e artes plásticas a crianças e adolescentes da entidade filantrópica Lar Santa Elisabeth em Triunfo/PE.
Foi no Lar Santa Elisabeth que Lucivaldo Ferreira criou o Teatro Contra Regras, grupo premiado nos dois festivais de teatro realizados no Cine Teatro Guarany. O Teatro Contra Regras ganhou no primeiro ano do festival os premio de melhor ator, para Antônio Souza, melhor texto, para Lucivaldo Ferreira e melhor espetáculo para a peça Vamos Dominar o Mundo!. No ano seguinte o Contra Regras ainda ganhou o prêmio de melhor direção para Lucivaldo Ferreira, além de indicações em todas as outras categorias.
Ainda na área cênica Lucivaldo criou o Grupo Teatro Aos Vivos que estreou no Cine Teatro Guarany com a peça
As Forças Caudinas de Machado de Assis.
Em 2004 Lucivaldo Ferreira deixou a banda Ambrosino Martins e criou os
Templários Acústicos.
De 2006 a 2009 foi responsável pelos arranjos e pela direção e produção musical do
Coral Vozes do Guarany, criado pelo diretor teatral Denis Gomes.
Poeta, lançou em 2000 seu primeiro livro intitulado Profecias Ilógicas Sobre Temas Aleatórios.
Atualmente esta a frente da banda
Templários Acústicos, Orquestra de Frevo Maestro Madureira, Orquestra Isaias Lima, além de levar às noites da região o melhor da MPB acompanhado pelo seu inseparável violão.
Em junho de 2008 Lucivaldo Ferreira cria o "BOOM!", com o intuito de divulgar a produção artistica e cultural de sua tão amada terra, Triunfo.

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