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domingo, 23 de dezembro de 2012

Fitema - 1968

Fitema - Mossoró - RN, 1968.

Fábrica de Fiação e Tecelagem de Mossoró S/A – Fitema, empresa fundada em 1948, e estava sediada na Av. Presidente Dutra, Bairro do Alto de São Manuel, na cidade de Mossoró-RN. A  imagem acima, provavelmente de autoria de 

Fotógrafo Manuelito - Mossoró - telescope.zip.net

Manuelito Pereira, (1910-1980), e captada no ano de 1968, retrata o prédio da fábrica.  Embora alguns artigos disponíveis na internete vinculem o ano de fundação desta fábrica ao ano de criação da Sudene-Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, vale destacar que a criação da Sudene deu-se no governo do Presidente Juscelino Kubistchek, (1906-1976), pela Lei nº 3.962, de 15/12/1959. Portanto, em 1948, o Presidente do Brasil era o Marechal Dutra. Vide página  O Governo de Juscelino Kubistchek.

A implantação desta fábrica estava inserida nas prioridades governamentais relativas ao desenvolvimento do nordeste, conforme pode-se constatar pela ementa desta legislação, publicada no Diário Oficial da União de 18/02/1966: "DECRETO Nº 57824, DE 16 DE FEVEREIRO DE 1966. Declara Prioritaria Ao Desenvolvimento do Nordeste, para Efeito de Isenção de Quaisquer Taxas e Impostos Federais, a Importação de Equipamentos Novos, Sem Similar Nacional Registrado e Consignados a Empresa 'fiação e Tecelagem Mossoro S/a' (fitema), de Mossoro, Estado do Rio Grande do Norte." O texto, na íntegra, deste decreto pode ser acessado na página do Senado Federal.

Esta fábrica era voltada para a produção de fios, cuja matéria-prima era o algodão, e, o produto final, particularmente, destinado para a indústria de redes. No nordeste, desde os primórdios coloniais, as redes são utilizadas para as pessoas dormirem, que no dizer do antropólogo 

Câmara Cascudo - blog.tribunadonorte.com.br

Câmara Cascudo, (1898-1986), substituem higienicamente o colchão.  A instalação da fábrica em Mossoró, cidade já consagrada como um entreposto e empório comerciais do oeste do estado do Rio Grande do Norte,  gerou empregos e trouxe impulso ao surgimento de outras empresas, voltadas à fabricação de redes. Em síntese, o que gera emprego, gera desenvolvimento, ao contrário de bolsas, bolsas, bolsas e bolsas. Bolsa é um produto descartável.

Enéas da Silva Negreiros, 1945.

Enéas da Silva Negreiros, (1911-2005), mossoroense, foi o idealizador e fundador desta fábrica, e um dos sócios majoritários da mesma. Contudo, esta fábrica, como tudo neste país do céu cor de anil, tomou doril, sumiu e faliu. A fábrica funcionou até 1978, deixando um vácuo na economia local. É impressionante que no Brasil, desde a Colônia aos dias atuais, tudo fecha, desaparece, o gato comeu e ninguém viu.  E assim, com o fechamento desta fábrica, assim como outras que fecharam também ao longo do tempo, o Nordeste continua sempre como o exportador máximo de migrantes para o sul do país, fornecedor excepcional de mão-de-obra barata para as indústrias do sul brasileiro maravilha.  

Citarmos as fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos. Telescope.
As fontes pesquisadas para elaboração deste artigo, estão disponíveis, ao longo do texto, em forma de atalhos (links).

1. O Mossoroense - Coluna Cotidiano artigo de Izaíra Thalita - 
http://www2.uol.com.br/omossoroense/010602/cotidiano.htm - acessado em 18/07/2012;
2. Os Anos JK - http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/apresentacao - acessado em 18/07/2012;

3. O Mossoroense - Coluna Cotidiano - Breve relato biográfico sobre Enéas da Silva Negreiros http://www2.uol.com.br/omossoroense/201205/conteudo/cotidiano.htm - acessado em 18/07/2012. 
No referido site, não consta o nome do autor do artigo. 
  
http://telescope.zip.net

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