Fábrica de
Fiação e Tecelagem de Mossoró S/A – Fitema, empresa fundada em 1948, e estava
sediada na Av. Presidente Dutra, Bairro do Alto de São Manuel, na cidade de
Mossoró-RN. A imagem acima, provavelmente de autoria de
Fotógrafo Manuelito - Mossoró - telescope.zip.net
Manuelito
Pereira, (1910-1980), e captada no ano de 1968, retrata o prédio da
fábrica. Embora alguns artigos disponíveis
na internete vinculem o ano de fundação desta fábrica ao ano de
criação da Sudene-Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, vale
destacar que a criação da Sudene deu-se no governo do Presidente Juscelino
Kubistchek, (1906-1976), pela Lei nº 3.962, de 15/12/1959. Portanto, em 1948, o
Presidente do Brasil era o Marechal Dutra. Vide página O Governo de
Juscelino Kubistchek.
A implantação
desta fábrica estava inserida nas prioridades governamentais relativas ao
desenvolvimento do nordeste, conforme pode-se constatar pela ementa desta
legislação, publicada no Diário Oficial da União de 18/02/1966: "DECRETO
Nº 57824, DE 16 DE FEVEREIRO DE 1966. Declara Prioritaria Ao Desenvolvimento do
Nordeste, para Efeito de Isenção de Quaisquer Taxas e Impostos Federais, a
Importação de Equipamentos Novos, Sem Similar Nacional Registrado e Consignados
a Empresa 'fiação e Tecelagem Mossoro S/a' (fitema), de Mossoro, Estado do Rio
Grande do Norte." O texto, na íntegra, deste decreto pode ser acessado na
página do Senado Federal.
Esta fábrica
era voltada para a produção de fios, cuja matéria-prima era o algodão, e, o
produto final, particularmente, destinado para a indústria de redes. No
nordeste, desde os primórdios coloniais, as redes são utilizadas para as
pessoas dormirem, que no dizer do antropólogo
Câmara Cascudo - blog.tribunadonorte.com.br
Câmara Cascudo, (1898-1986),
substituem higienicamente o colchão. A instalação da fábrica em Mossoró,
cidade já consagrada como um entreposto e empório comerciais do oeste do estado
do Rio Grande do Norte, gerou empregos e trouxe impulso ao
surgimento de outras empresas, voltadas à fabricação de redes. Em síntese, o
que gera emprego, gera desenvolvimento, ao contrário de bolsas, bolsas, bolsas e
bolsas. Bolsa é um produto descartável.
Enéas
da Silva Negreiros, (1911-2005), mossoroense, foi o idealizador e fundador
desta fábrica, e um dos sócios majoritários da mesma. Contudo, esta
fábrica, como tudo neste país do céu cor de anil, tomou doril, sumiu e faliu. A
fábrica funcionou até 1978, deixando um vácuo na economia local. É
impressionante que no Brasil, desde a Colônia aos dias atuais, tudo fecha,
desaparece, o gato comeu e ninguém viu. E assim, com o fechamento desta
fábrica, assim como outras que fecharam também ao longo do tempo, o Nordeste
continua sempre como o exportador máximo de migrantes para o sul do país,
fornecedor excepcional de mão-de-obra barata para as indústrias do sul
brasileiro maravilha.
Citarmos as
fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos.
Telescope.
As fontes pesquisadas para elaboração deste artigo, estão disponíveis, ao longo
do texto, em forma de atalhos (links).
1. O Mossoroense - Coluna Cotidiano artigo de Izaíra Thalita -
http://www2.uol.com.br/omossoroense/010602/cotidiano.htm -
acessado em 18/07/2012;
2. Os Anos JK -
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/apresentacao - acessado em
18/07/2012;
3. O Mossoroense - Coluna Cotidiano - Breve relato biográfico sobre Enéas
da Silva Negreiros http://www2.uol.com.br/omossoroense/201205/conteudo/cotidiano.htm -
acessado em 18/07/2012.
No referido site, não consta o nome do autor do
artigo.
http://telescope.zip.net
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