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domingo, 23 de dezembro de 2012

Apenas uma carta de gratidão

Por: Archimedes Marques(*)

Minha estimada e inesquecível mãe, Maria Isabel Melo Marques:

A tua terrena morada de 29 de agosto de 1934 a 18 de Dezembro de 2012 foi singela, pura e por demais proveitosa, pois deixou alimento para o espírito, amizade, carinho, afeto e amor em todas as pessoas que a conheceram. Os meus olhos, os olhos daqueles que a cercaram, os nossos olhos são testemunhas oculares dessa visão, nossos sentimentos são testemunhas pulsativas dessa arritmia, nossos cérebros são testemunhas conscientes dessa razão, nossos sentimentos são testemunhas intelectivas dessa sensação, nossos juízos são capazes de decretar essa sentença em plena e absoluta justiça. Minhas palavras apenas tentam comprovar que não morre aquela pessoa que nas outras vive. O que é bom é eterno e ao invés de apenas passar termina ficando imortalizado.


De boa filha e verdadeira irmã dos seus irmãos você se tornou excelente esposa para o nosso querido pai. De excelente mãe você se tornou cúmplice dos seus filhos, mais tarde das noras e do genro. Cúmplice também foi dos seus netos e bisnetos, uma cumplicidade que transcendeu curtas gerações, uma cumplicidade que só buscava o bem de todos. 

Do seu dom iluminado de ser feliz e trazer felicidade com as suas sábias palavras, atos e decisões, de contar os seus contos, de historiar as suas histórias, de encantar com os seus encantos, de se encantar com os nossos encantos, de sorrir os nossos sorrisos, de sofrer os nossos sofrimentos, de se preocupar com as nossas preocupações, teve você também o poder de transformar as nossas lágrimas com alentos.

Do seu dom natural das artes você se destacou na criatividade, desenho, pintura. Nas letras, sempre bem trabalhadas, se tornou poeta em versos e prosas, contista, amante das escritas e dos livros. Da sua voz e ritmo cadenciados de cantora romântica deixou gravado um disco que não toca somente os nossos corações, mas também irradia de alegria irradiante a nossa aura.

Da amizade sempre bem regada e adubada você plantou e colheu uma legião de amigos que para sempre guardarão a sua memória, pois sendo uma pessoa abençoada pelo Criador continuará na saudade irradiando luz, irradiando satisfação, irradiando paz, irradiando harmonia, irradiando amor...

Assim, por tudo isso e indefinitivamente por muito mais, só me resta agradecer o privilégio de ter sido gerado pelo seu amor, de ter nascido do seu ventre, de ter sido amamentado pelos seus seios, de ter vivido o seu convívio, de ter sido acariciado e acalentado pelas suas mãos, afogado pelos seus maternos e aconchegantes beijos, agraciado e curado das feridas pelas suas preces, remediado pelos seus remédios, aprendido e crescido com os seus ensinamentos, esperando um dia reencontrá-la na sua nova morada, de tudo, rogando que o seu exemplo e legado de vida ensinem os bons a ser melhores.

Seu filho, Archimedes Marques.

(*) É escritor, pesquisador e delegado de Polícia Civil no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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