Por Geraldo Maia do Nascimento
Há um
provérbio popular que diz: “ O talento é o ouro dos pobres”. É preciso ter
nascido em berço de ouro ou ter aptidão natural para se ter sucesso na vida.
Berço de ouro para um garoto que nasce em pleno sertão nordestino é muito raro;
resta o talento, a inteligência excepcional, o engenho. E isso sobra no
nordestino; basta saber usar.
A
história de José Martins de Vasconcelos bem comprova essa máxima. Nascido em
Apodi/RN, em 11 de novembro de 1874, numa Quinta-feira, no seio de uma família
pobre, tão pobre que o menino José, aos 11 anos de idade, muda-se para Mossoró
a fim de tentar a vida. Aqui chegando fez de tudo: moleque de recados, vendedor
de jornais (numa primeira, depois incurável convivência com o móvel do seu
interesse maior), vivendo e correndo livre pelas ruas de uma Mossoró que,
embora voltada ao progresso firmando-se como cidade-pólo, ainda tinha um quê de
bucólica. Aquele menino, no entanto, apesar de traquinas, tinha um objetivo na
vida. Sabia que o destino de quem não sabia ler era ser vendedor, de tabuleiro
na cabeça. Isso o aterrorizava. E foi esse medo que o fez adquirir uma
gramática e um dicionário, na esperança de desvendar o mistério do abecedário.
É bem verdade que a gramática que havia adquirido era manuscrita e fora escrita
por um professor de Pau dos Ferros em 1879. Não importava; queria aprender e
aprendeu com esforço próprio e a ajuda de uma senhora benevolente.
Na primeira metade do século XX deixa aflorar sua paixão pelo jornalismo e cria, juntamente com outros companheiros, uma série de periódicos com títulos bem significativos como: “A Idéia”, “A União”, “O Mensageiro, “A Escola” e “A Vanguarda”, ao mesmo tempo que trava conhecimento com jornalistas importantes da terra como João Carlos Wanderley, Lauro da Escóssia, Bento Praxedes e José Octávio. E ainda acha tempo para escrever poemas. Publicou, em 1905, um pequeno volume denominado “Saltério da Saudade” . Era um conjunto de poemas cheios de tristeza, motivados pelo desaparecimento da primeira mulher, Francisca Libânia, que falecera no ano anterior. Publica ainda, no mesmo ano, “Renovos d’Alma”, outro livreto de poemas em cujo prefácio declara: “ Este livrinho é o despertar de uma nova vida – um renascimento – o fruto do amor e da dedicação mútuos que me deram um novo lar e uma nova família, onde repouso o olhar e deixo a alma adormecer, na esperança de que um dia, o corpo cansado de viver, tenha o apoio, entre as lágrimas e o carinho dos que são a carne de minha carne e sangue do meu sangue.”
Além de jornalista e poeta foi musicista, escritor, historiador, professor, compositor e alfaiate, exercendo ainda a secretaria da Prefeitura de Mossoró na gestão do Prefeito Tertuliano Aires Dias. Mas foi como jornalista que se tornou uma pessoa importante na cultura mossoroense. Primava pela ética profissional, mas não abria mão da sua independência. Fundou, em 1916, o jornal “O Nordeste”, que produzia praticamente só e fazia circular pelas ruas de Mossoró. No livro Jornalista Martins de Vasconcelos, que Water Wanderley publicou em parceria com Raimundo Nonato por ocasião do centenário do jornalista, há um trecho que diz: “No jornal fazia de tudo. Dirigia, supervisionava, escolhia os títulos, os tipos da composição. Escrevia, fazia revisão, mexia na tipografia toda para encontrar os objetos, brigava, dava ordens e contra-ordens. A seu jeito, criava as notícias, arranjava os “casos”, os furos e os seus notáveis sensacionalismos. Por cima, atendia ainda à parta comercial.” O Nordeste circulou entre os anos de 1915 a 1934. “A redação do jornal era sua tenda de trabalho, sua cachaça, o vício de sua vida”, como declarou o escritor Raimundo Nonato, que como amigo o tratava de Zé do Nordeste. Manteve-se sempre atento às dificuldades enfrentadas pelo município e se notabilizou, entre outras coisas, pela defesa do meio ambiente, pelo estímulo à atividade cultural e pelo carinho que dedicava às figuras que davam relevo à cultura mossoroense. Ele, um autodidata, era devorador de livros. E toda sua atividade jornalística se marca pela produção de textos de impressionante qualidade. Colaborou com todos os jornais da terra, desde 1900 até mesmo em órgãos literários e estudantis, feitos a manuscrito.
José Martins de Vasconcelos faleceu em Mossoró em 22 de dezembro de 1947. “Foi um homem que deu brilho as letras de Mossoró. O seu papel de intelectual ficou perfeitamente definido, marcado, em ângulos nítidos, pela sua extraordinária capacidade de trabalho, força e iniciativa construtora.”
Na primeira metade do século XX deixa aflorar sua paixão pelo jornalismo e cria, juntamente com outros companheiros, uma série de periódicos com títulos bem significativos como: “A Idéia”, “A União”, “O Mensageiro, “A Escola” e “A Vanguarda”, ao mesmo tempo que trava conhecimento com jornalistas importantes da terra como João Carlos Wanderley, Lauro da Escóssia, Bento Praxedes e José Octávio. E ainda acha tempo para escrever poemas. Publicou, em 1905, um pequeno volume denominado “Saltério da Saudade” . Era um conjunto de poemas cheios de tristeza, motivados pelo desaparecimento da primeira mulher, Francisca Libânia, que falecera no ano anterior. Publica ainda, no mesmo ano, “Renovos d’Alma”, outro livreto de poemas em cujo prefácio declara: “ Este livrinho é o despertar de uma nova vida – um renascimento – o fruto do amor e da dedicação mútuos que me deram um novo lar e uma nova família, onde repouso o olhar e deixo a alma adormecer, na esperança de que um dia, o corpo cansado de viver, tenha o apoio, entre as lágrimas e o carinho dos que são a carne de minha carne e sangue do meu sangue.”
Além de jornalista e poeta foi musicista, escritor, historiador, professor, compositor e alfaiate, exercendo ainda a secretaria da Prefeitura de Mossoró na gestão do Prefeito Tertuliano Aires Dias. Mas foi como jornalista que se tornou uma pessoa importante na cultura mossoroense. Primava pela ética profissional, mas não abria mão da sua independência. Fundou, em 1916, o jornal “O Nordeste”, que produzia praticamente só e fazia circular pelas ruas de Mossoró. No livro Jornalista Martins de Vasconcelos, que Water Wanderley publicou em parceria com Raimundo Nonato por ocasião do centenário do jornalista, há um trecho que diz: “No jornal fazia de tudo. Dirigia, supervisionava, escolhia os títulos, os tipos da composição. Escrevia, fazia revisão, mexia na tipografia toda para encontrar os objetos, brigava, dava ordens e contra-ordens. A seu jeito, criava as notícias, arranjava os “casos”, os furos e os seus notáveis sensacionalismos. Por cima, atendia ainda à parta comercial.” O Nordeste circulou entre os anos de 1915 a 1934. “A redação do jornal era sua tenda de trabalho, sua cachaça, o vício de sua vida”, como declarou o escritor Raimundo Nonato, que como amigo o tratava de Zé do Nordeste. Manteve-se sempre atento às dificuldades enfrentadas pelo município e se notabilizou, entre outras coisas, pela defesa do meio ambiente, pelo estímulo à atividade cultural e pelo carinho que dedicava às figuras que davam relevo à cultura mossoroense. Ele, um autodidata, era devorador de livros. E toda sua atividade jornalística se marca pela produção de textos de impressionante qualidade. Colaborou com todos os jornais da terra, desde 1900 até mesmo em órgãos literários e estudantis, feitos a manuscrito.
José Martins de Vasconcelos faleceu em Mossoró em 22 de dezembro de 1947. “Foi um homem que deu brilho as letras de Mossoró. O seu papel de intelectual ficou perfeitamente definido, marcado, em ângulos nítidos, pela sua extraordinária capacidade de trabalho, força e iniciativa construtora.”
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Autor:
Jornalista
Geraldo Maia do Nascimento
Fonte:
http://www.blogdogemaia.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Pois é caro Mendes e Professor Geraldo Maia, mesmo de origem humilde, quando a pessoa procura esforçar-se e encontra alguém para dar-lhe um "empurrãozinho", alcança o sucesso sim.
ResponderExcluirAbraços nesta anti-véspera do Natal.
Antonio José de Oliveira - Serrinha-Bahia