Por Publicado em 09/04/2014 por Rostand Medeiros
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- Este texto
dedico ao amigo Crhristopher Sellars, o inglês mais pernambucano que conheço,
que mora em Vila Velha, na Ilha de Itamaracá, estuda a nossa história colonial,
luta pela preservação daquela bela parte de Pernambuco e em breve virá ao
Marco. Seja bem vindo amigo!
Voltando do
Planalto Central, mas precisamente de Goiânia e Brasília, hoje (9/4/2014) a
tarde fui a bela e tranquila Praia do Marco, no município de Pedra Grande, a
170 km de Natal. É uma paisagem bem distinta do centro do Brasil e fantástica.
Quer conhecer
um paraíso? Visite a Praia do Marco, fica entre Pedra Grande e São Miguel de
Gostoso aqui no Rio Grande do Norte. Formada por dunas enormes,
a praia é linda, aconchegante, própria para o descanso, com piscina
natural, arrecifes, boa para prática de windsurfe, boa para pesca, muitas áreas
virgens ainda sem ser habitada, e o principal: o primeiro marco colonial
implantado no Brasil.
Apesar da
importância histórica desse marco colonial, o fato é conhecido, no geral,
apenas por estudiosos e historiadores. Existem investigações e até livro
publicado sobre a história do Marco que para maior parte da população estava
incógnito.
Por ordem real
do rei D. Manuel I, 3 embarcações comandada pelo o capitão-mor André Gonçalves,
Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio, deixaram Portugal com destino a nova terra.
Dia 7 de Agosto de 1501 a frota chegou à orla marítima da cidade de Touros na divisa
dos municípios de São Miguel de Gostoso e Pedra Grande: praia do Marco.
Para Câmara
Cascudo, o Marco de Touros muda a rota do Descobrimento. Suas pesquisas e
estudos comprovam que a posse e a propriedade do Brasil se deram, não em Porto
Seguro na Bahia, mas na praia do Marco. Do ponto de vista jurídico,
pode-se dizer que o Brasil nasceu, para conhecimento de outras nações, no Rio
Grande do Norte.
Cascudo
descobriu o monumento, identificou o Marco e fez um livro sobre o assunto. O
dia 7 de agosto foi escolhido como a data do aniversário do Rio Grande do
Norte, porque nesta mesma data, no ano de 1501, aconteceu, em terras
potiguares, um dos mais importantes fatos históricos do país: a fixação do
primeiro Marco de Posse colonial da terra brasileira por Portugal.
Fato que para
muitos historiadores, representa o registro de nascimento do Brasil. e para
muitos o mais antigo, existente, da toda colonização portuguesa, e sua fincagem
foi o primeiro acontecimento histórico no território potiguar e também o evento
oficial de posse do país.
Outros Marcos
foram deixados no litoral brasileiro, um no litoral baiano e outro na praia da
Cananéia, São Paulo, sendo o de Touros o mais antigo. A esquadra que realizara
esta travessia era formada por três caravelas, saindo de Lisboa. Quando os
portugueses, na sua política expansionista, chegavam às terras descobertas,
deixavam o marco, oficializando a tomada de posse de territórios que descobriam
como sendo exclusivamente de Portugal. Eram colunas de pedra, de altura
variável, encimadas por uma cruz com inscrições em português, latim e árabe,
que os portugueses passaram a usar como prova de suas descobertas e símbolos de
sua fé.
O Marco de
Touros é uma pedra calcária de granulação fina, provavelmente de mármore
português ou lioz, medindo 1,20 m de altura; 0,20 m de espessura, 0,30 m de
largura; 1,05 m de contorno. Na parte superior, contém a cruz da Ordem de
Cristo (a famosa Cruz de Malta) em relevo e, abaixo, as armas do rei de
Portugal e cinco escudetes em aspas com cinco quinas, sem as bordaduras dos
castelos.
O Marco de
Touros é também cultuado pela comunidade de Cauã, como se fosse santo, e o
chamam até de “Santo Cruzeiro”. O culto ao Marco surgiu em decorrência da falta
de conhecimento das características da pedra e das inscrições nela contidas,
como, por exemplo, a cruz que representa o símbolo da Ordem de Cristo. Esses
fatores levaram a comunidade a crer que o Marco era realmente divino, vindo
diretamente de Deus para eles.
Os habitantes
dessa comunidade acreditavam que tirar algumas lascas de pedra do Marco de
Touros para fazer chás não se constituía como uma agressão e sim como uma cura
para suas doenças. A comunidade, pela sua obsessão religiosa, contribuiu para
que o avanço do mar não viesse a destruir o precioso acervo – que foi o
primeiro monumento histórico do Brasil português – pois, a cada avanço do mar,
o Marco era deslocado do alvo das ondas.
Desde 1976,
encontra-se nas dependências da Fortaleza dos Reis Magos, quando ele foi
tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural. Na praia do Marco,
existe uma réplica do Marco, que mantém a tradição, os mitos, a crença do povo
e reforça a ideia de que a ação religiosa dos habitantes preservou um
patrimônio que, de outra forma, teria sido destruído.
Fontes - http://geovanycavalcante.blogspot.com.br/2011/01/conheca-praia-do-marco-paraiso-potiguar.html
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Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.wordpress.com/author/tokdehistoria/
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