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terça-feira, 29 de agosto de 2017

A SENTENÇA DO REI ABACAXI

Por Paiva Neves

A Cordelaria Flor da Serra, com a edição de “A Sentença do Rei Abacaxi” propõe um mergulho ao mundo da fantasia, como forma de discutir e descortinar o presente, nos propondo um retorno aos hábitos alimentares saudáveis. É um folheto de 08 páginas, com 31 estrofes de seis versos, de autoria de Paiva Neves e desenho de capa de Eduardo Azevedo. O lançamento da obra está programado para acontecer no decorrer da programação da Feira do Cordel, que ocorrerá de 17 a 20 do presente mês, na Caixa Cultural de Fortaleza.

Em mundo dominado pela propaganda, que nos induz ao consumo diário de guloseimas industrializadas, restam poucos espaços para bananas, mangas e goiabas, que muitas vezes abundam em nossos quintais e não são consumidas. 

“A Sentença do rei Abacaxi” é um convite a discussão da possibilidade de uma vida saudável, com a simples mudança de hábito alimentar.

Nesse cordel, as frutas vão julgar nosso comportamento alimentar e nos propor uma vida saudável. Texto excelente para ser trabalhado em sala de aula, principalmente nos anos iniciais. 

Leia agora trechos do poema e para ter acesso ao folheto completo, faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9.99569091.

Fui à venda de “Seu” Joca
Comprar um refrigerante,
Um biscoito recheado
Ou um salgado crocante
Pra saciar minha fome,
Já grande naquele instante.

Porém, quando ia passando
Em baixo da prateleira,
Ali onde ficam as frutas,
Logo após a geladeira,
Bati a testa em um ferro,
E a pancada foi certeira.

Senti o mundo rodando,
O dia ficando escuro.
Eu tentava me mover
Naquele cimento duro,
Mas sentia que meu corpo
Estava sendo seguro.

Com pouco foi clareando,
Eu pude me levantar.
Um pelotão de pepinos
Passou por mim a marchar.
Era o palácio das frutas
Aquele estranho lugar.

Um bando de cajaranas,
Ainda tudo criancinha,
Corriam atrás das bananas
Com uma erva daninha,
Brincando de pega-pega
Do quintal para a cozinha.

Em uma sala, com folhas,
Que havia bem logo à frente,
Um morango, uma azeitona
E uma jaca sorridente
Falavam sobre negócios
Muito amigavelmente.

Duma banana e uma manga
Uma ordem escutei:
— Levante, que você vai
Conversar com nosso Rei.
E num trono, em um salão, 
Um abacaxi avistei.

Quatro guardas muito bravos
Tinham me levado ali:
Goiaba, maracujá,
O melão e o sapoti.
E não tardou pra avistar
O seu rei abacaxi.

Dentro do salão real,
Estava o duque abacate,
A baronesa maçã
E a condessa tomate
Com outros nobres da corte
Num acalorado debate.

A discursão entre as frutas
Nunca chegava ao final.
Cada uma queria ser,
Entre as outras, maioral,
Pra ver quem era a melhor
Desse reino vegetal.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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