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terça-feira, 29 de agosto de 2017

QUE IMAGENS DO CANGAÇO VOCÊS, MEUS AMIGOS, GOSTARIAM QUE TIVESSE SIDO FOTOGRAFADAS?

Por Antonio Corrêa Sobrinho

AMIGOS,

Quantas e quantas, das incontáveis imagens produzidas pelo cangaço, por exemplo, o de Lampião, pela sua maior expressividade, deixaram de ser registradas em fotos, sendo traduzidas, como deveria em parte ser, pela literatura, por representações teatrais e cinematográficas e, obviamente, pela imaginação, especialmente dos apaixonados pelo tema, como muitos dos que aqui estão a formar este grupo de estudo e entretenimento.

Permitam-me, portanto, dizer em devaneio...

Em que instante de Lampião levando Maria Bonita para viver maritalmente com ele, uma fotografia deveria ter sido batida? Em que momento do ainda aspirante a rei do cangaço atacando a mansão da baronesa de Água Branca, em Alagoas? Em que oportunidade de Lampião conversando com o capitão Eronides de Carvalho um registro deveria ter sido feito? E do ínfimo tempo, em Angicos, entre a bala inaugural que alvejou Lampião e a sua decapitação? Não ficaria muito mais interessante e sugestionável se uma das fotografias mostrasse o frenesi dos seus algozes disputando os despojos? Já imaginou o quão famoso ficaria o soldado que levou o saco nas costas com as cabeças desmioladas dos cangaceiros mortos junto com Lampião?


Seria mais rico, iconograficamente, penso eu, o cangaço, se tivéssemos guardado em fotos os tantos e tantos fatos e acontecimentos ocorridos nesta quadra de violência endêmica e às vezes hepidêmica vivenciada pelos sertanejos, denominada cangaço, parte integrante da história do Nordeste brasileiro. Foram, não há negar, muitas e muitas as cenas, nestes vinte anos de experiências, de embates, de acertos, de negociatas, muitas pitorescas, singulares, dramáticas, trágicas, engraçadas até, relacionadas a este fenômeno, e que aqui poderíamos cansar de elencar, tal qual a de músicos tocando, numa canoa em pleno rio São Francisco, para Lampião e os seus; momentos, alguns, por certo, inimagináveis, aconteceram nas horas terríveis das grandes batalhas, Serra Negra, Maranduba, Serrote Preto, entre volantes e/ou civis e cangaceiros; dos assassinatos pelas vias de Virgulino, de soldados desarmados, na ribeirinha Queimadas, e dos seis inocentes moradores da fazenda Patos, em Piranhas, por Cristino; o lendário Mané Fumaça, militar nazareno, ávido e destemido perseguidor de cangaceiros, em postura de ataque, no from de suas muitas guerras; Lampião atirando, apunhalando; o pânico que a inesperada presença de Lampião, em 1929, no cinema da cidade de Capela, em Sergipe, causou nos espectadores, bem como, as caras que o pianista, o cinegrafista e o telegrafista Zozimo, ante a tão ameaçadora presença de Lampião; de Lampião e Maria Bonita, de Corisco e Dadá, de Neném e Luís Pedro, de Sereno e Sila, em carinhos, camaradagens; de Lampião com um dos seus amigos coronéis, fornecedores de armas e munições; de Zé Baiano ferroando mulheres em Canindé, ou mesmo matando a sua mulher; de Lampião ao levar um tiro no pé.

Que imagens do cangaço vocês, meus amigos, gostariam que tivesse sido fotografadas?

Resta-me, agora, pedir que os artistas plásticos façam descansar a minha imaginação.

E viva Benjamim Abraão Boto! Sem ele, muito mais imaginativa seria esta história.

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