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terça-feira, 29 de agosto de 2017

PRÓLOGO. ÉRICO D’ALMEIDA. FONTE: ALMEIDA, E. – 1926 – LAMPEÃO – SUA HISTÓRIA. IMPRENSA OFFICIAL, 130 PP., [6] ESTS., PARAHYBA (JOÃO PESSOA).


PRÓLOGO

Apresentando ao publico estas notas de reportagem sobre o bandido “Lampeão”, não tenho, absolutamente a vaidade de fazer literatura nem figuras de rhetorica, o que seria expor-me ao ridículo, dada a minha reconhecida falta de illustração.
          
Ex-reporter da imprensa indígena, aprendi a observar os factos em todas as suas minudencias, a fim de tirar delles o maior proveito possível, no exercício de minha profissão.
          
Deixando, definitivamente, a redacção de “O Norte”, onde mourejei por oito annos a fio, tive de acceitar um modesto cargo no funccionalismo publico do Estado, para o que fixei residência na cidade de Princeza, nos primeiros dias de março de 1921.
          
Neste rincão sertanejo, ponto de incursão de “Lampeão” e seus sequazes, mercê da vizinhança das fronteiras pernambucanas, despertou-se-me a idea de organizar dados sobre a vida do Rei do Latrocinio, tão em foco, desde alguns annos, nos annaes da celebridade nordestense.
          
Para conseguir este desideratum, não vacilei em viajar nas zonas de Pagehú e Navio, Pernambuco, estudando logares e convivendo com o que de peor existe naquellas plagas.
          
Colligidos os informes, porque tanto anciava, regressei radiante.
          
Ultimamente, vindo a esta capital, concatenei-os no intuito de enfeixal-os em volume, sob os auspicios do meu eminente amigo, deputado José Pereira Lima, a mais prestigiosa potencia política do sertão.

Parahyba, outubro, 1926

ÉRICO D’ALMEIDA

FONTE: Almeida, E. – 1926 – Lampeão – sua história. Imprensa Official, 130 pp., [6] ests., Parahyba (João Pessoa).

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogodmendesemendes.blogspot.com

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