O projeto
prevê a manutenção e preservação de espécies do bioma ameaçadas de extinção
Há cerca de
dois meses, o espaço escolhido para abrigar o Jardim Botânico vem recebendo as
mudanças estruturais para acomodar as espécies (Fotos: Marcelino Júnior).
por Marcelino Júnior - Colaborador
Além das
plantas já existente na área, o novo Jardim Botânico conta com doações para
exibir outras espécies do Semiárido oriundas de outras áreas. Também está
prevista a construção de um lago a partir de poços existentes no local
Sobral. Em
fase de implantação, no terreno que hoje abriga a sede do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Sobral, o novo
Jardim Botânico do Semiárido ocupará a área que divide os bairros Junco,
Terrenos Novos e Vila União, sendo entrecortada por trilhas ecológicas que irão
circundar os espaços das coleções botânicas.
O projeto
contempla a preservação de diversos grupos de plantas de regiões de semiárido,
não apenas do Ceará, mas do restante do País e do mundo. Além da garantia de
ampliação e manutenção de mais áreas verdes dentro do complexo urbano,
melhorando a qualidade do ar, a proposta é a preservação de material genético
das espécies, muitas delas ameaçadas de extinção, a exemplo da aroeira e do
imbuzeiro.
Estrutura
Há cerca de
dois meses, o espaço escolhido pela Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA)
para abrigar o Jardim Botânico passou a receber as mudanças estruturais
necessárias a uma melhor acomodação das cerca de 50 espécies já existentes na
área, entre elas o pau-branco, a carnaubeira, o juazeiro e o ipê.
Após a fase de
preparação da terra, o Jardim Botânico receberá, por meio de doação, mudas da
flora de outros locais, que serão identificadas, selecionadas e plantadas em
área adequada ao seu desenvolvimento.
As coleções
têm sido adquiridas em parceria com outros jardins botânicos e também com
colecionadores. A previsão da Direção de Parques, Jardins e Unidades de
Conservação é que os plantios sejam intensificados a partir do mês de março.
Espécies
Na lista das
plantas que devem chegar nestes primeiros meses do ano a Sobral, constam mudas
de cactáceas variadas, bromélias, baobás, palmeiras diversas e plantas
alimentícias não convencionais, muitas vezes confundidas com mato, por
crescerem com facilidade em qualquer espaço. Para facilitar a identificação ao
visitante, as espécies serão devidamente agrupadas e identificadas com placas contendo
nome popular, científico e local de origem.
O Jardim
Botânico do Semiárido terá trilhas instaladas em pó de pedra compactado, com
acessibilidade a todos os espaços, sendo circundado, na parte externa, por
calçadão e ciclovia. No terreno, também serão construídos um anfiteatro e um
mirante, para o desenvolvimento de atividades culturais e de Educação
Ambiental, em parceria com escolas e universidades.
Além da
preservação ambiental, o projeto pretende melhorar a qualidade da água
proveniente das residências próximas, que por um motivo ou outro, acaba por ser
lançada para dentro do terreno e se mistura à água da chuva, que deságua, por
diversas vias, no Riacho Mucambinho. "A ideia é criar jardins filtrantes,
com plantas aquáticas, que fazem todo o trabalho de renovação da água
naturalmente. Tudo que for jogado aqui passará por essa filtragem, até que saia
mais tratada e siga para o pequeno lago que será construído aqui", explica
José André Neto, auxiliar técnico da AMMA.
Ensino
"Já
existe um bosque de árvores nativas com vegetação diversa. Especialmente
exemplares grandes de angico, feijão-bravo, oiticica, embiratanha e cajazeiras.
Tudo isto será preservado, e fará parte do novo Jardim Botânico. Também será
construído um lago, aproveitando os poços naturais que se formam, por entre a
vegetação, durante o período das chuvas. Nesse espaço, serão colocadas espécies
como a vitória- régia e outras plantas aquáticas características das regiões de
Semiárido", adianta o diretor, que também falou sobre a parceria com
instituições de ensino, como prioridade do novo equipamento ao abrigar também
projetos educativos.
"O Fundo
Socioambiental do Município (Funsams) e a iniciativa privada serão parceiros na
viabilização da execução do projeto e da aquisição das coleções, que servirão
de instrumento à Educação Ambiental, com potencial turístico", avalia o
diretor de Parques, Jardins e Unidades de Conservação do Município, Bruno Ary.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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