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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

MANOEL CAVALCANTE DE ARAUJO O CANGACEIRO DÉ ARAÚJO


Dé Araújo, o meu tio avô que foi cangaceiro no grupo de Sebastião Pereira e também com Lampião, de quem já falei aqui e que foi tema de um livro de Geraldo Ferraz, escreveu para meu pai, José Firmo de Araújo, que era seu afilhado, contando sua história no cangaço, a qual irei transcrever aqui exatamente como ele escreveu. Como é uma longa história, vou repassar por partes...

Biografia

Aos 25 dias de Outubro de 1905, na Fazenda Umbuzeiro, no Município de Floresta, nasceu um menino do sexo masculino, filho de João Antonio de Souza Araujo e Pacífica Benvinda Cavalcanti, que na Pia batismal recebeu o nome de Manoel Cavalcante de Araujo Dé. Em 1907, seu progenitor mudou-se para a Fazenda Ipueira, onde aos 7 anos de idade passou a frequentar a escola primária do Prof. Pedro Calassa. Em 1916, passou a residir com seu irmão Emílio na cidade de Floresta. Em 1917, Emílio abriu 2 casas comerciais, uma na Vila Nazarethe e outra em Santa Maria. Eu então passei a trabalhar com o meu irmão. Passava a semana em Nazarethe e, aos domingos, seguia para Santa Maria para fazer a feira da 2ª feira. Tudo parecia muito bem, quando em uma tarde de 5ª feira um indivíduo me agrediu, tentando retirar do meu balcão uma caixa de sabão que meu irmão havia tomado emprestado e que eu ignorava. Os meus planos comerciais desmoronaram-se. Tudo para mim era trena. Os meus pais fizeram com que eu continuasse na escola em Floresta e não viajei mais. Assim foi o ano de 1918. Em 1919, mudamos novamente para Serra do Catolé, depois de vender a Fazenda Ipueira, fomos trabalhar na nova residência, mas tudo para mim era amargo, queria me vingar, pois já tinha 15 anos e não podia ficar desmoralizado. Fugi dos meus pais e fui ser cangaceiro. Com 8 dias depois, na cidade de São Francisco, na margem do Pajeú, fui retirado do grupo por meu padrinho de batismo Antonio Ferraz. Fui verificar praça na Polícia Estadual, no ano de 1921. Depois de receber as primeiras instruções, fugi novamente da Polícia e fui novamente procurar Sebastião Pereira, chefe de um grupo de cangaceiros e a ele contei minha história. Aí, troquei o meu fuzil pelo rifle cruzeta 44 e disse o meu novo chefe “você tem jeito para ser cangaceiro”, eu então apenas não tinha medo, mas não compreendia nada. Viajamos, o inverno era abundante, a caatinga estava verdejante e completamente cerrada. Fomos na Fazenda Pedreiras de propriedade de José Saturnino. O grupo era composto de 11 cangaceiros, Sebastião (Sinhô Pereira), Lampião, Antonio Ferreira, Livino, Antonio Vitorino, (colega gato), Mergulhão, Vicente Maruim, Meia-noite, Sabiá, Vareda e Dé Araujo. Na manhã seguinte foi morto na Fazenda Pedreiras o cangaceiro (João Branco) companheiro de José Saturnino.

CONTINUA...

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