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sábado, 26 de maio de 2018

FUNDAÇÃO VINGT-UN ROSADO.


Por Geraldo Maia do Nascimento

Fundação Vingt-un Rosado

Fundada em 06 de abril de 1995, a Fundação Vingt-un Rosado nasceu com objetivos claros que seriam de manter a Coleção Mossoroense, estabelecendo as diretrizes de sua produção editorial, promover atividades culturais, técnico-científicas, artísticas e afins, realizar cursos de capacitação, organizar congressos, simpósios e outros eventos que visem difundir a cultura, promover intercâmbio com organizações do país ou do exterior, visando a realização de seus objetivos, promover a defesa da memória cultural e do patrimônio histórico e natural do Rio Grande do Norte, preservar o acervo bibliográfico de Vingt-un Rosado aberto a consulta pública e difundir o pensamento do seu patrono, calcado na democracia editorial, no incentivo aos novos escritores e na cultura como instrumento de promoção da justiça social.

Pelos seus Estatutos, a Fundação Vingt-un Rosado é uma entidade de personalidade jurídica de natureza privada, sem fins lucrativos, com atividades prevalentemente culturais.

Manter a Coleção Mossoroense foi o objetivo principal da criação da Fundação Vingt-un Rosado. Essa Coleção que foi instituída em 30 de setembro de 1949, teve inicialmente como mantenedora principal a Prefeitura Municipal de Mossoró, através da sua Fundação Municipal de Cultura. Em 27 de setembro de 1976 foi criada a Fundação Guimarães Duque – FGD, que era uma instituição voltada para a pesquisa e a cultura, e passou a ser, a partir daí a sua principal mantenedora. Essa parceria se estendeu por 21 anos, até que em 1994, por problemas internos da ESAM – Escola Superior de Agricultura de Mossoró, a Fundação Guimarães Duque foi desativada e com isso a Coleção Mossoroense perdeu a parceria. Precisava urgentemente de uma solução para que a mesma não deixasse de existir.

E foi assim que depois de várias reuniões surgiu, por inspiração da Assistente Social D. América Rosado, esposa de Vingt-un, a Fundação que tinha como patrono o criador da Coleção Mossoroense. Mas para que o sonho se tornasse realidade foi preciso o empenho de outros sonhadores, que por questão de justiça passo a nominá-los: João Batista Cascudo Rodrigues, Marcos Antônio Filgueira, Carlos Frederico Rosado do Amaral, América Fernandes Rosado Maia, Paulo de Medeiros Gastão, Cid Augusto da Escóssia Rosado, Raimundo Soares de Brito, Júlio César Rosado, Elder Heronildes da Silva, Wilson Bezerra de Moura, Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, Nelson Lucas Pires, Sebastião Vasconcelos dos Santos e Jerônimo Dix-sept Rosado Sobrinho.

O professor Vingt-un Rosado fez doação da sua biblioteca particular a Fundação, para que essa já nascesse com o grande e importante acervo.  Esse acervo foi catalogado através de um convênio com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Os trabalhos ocorreram dentro de uma ação de Extensão denominada “Biblioteca do Dr. Vingt-un Rosado: o Bastião da Cultura Mossoroense”, realizada por uma equipe de quatro professores, um técnico de nível superior e seis alunos do curso de História do Campus Central da UERN em Mossoró, durante o período de junho de 2008 a janeiro de 2009.

Vingt-un cedeu também o espaço físico para abrigar a Fundação em sua própria casa, na Avenida Jorge Coelho de Andrade, nº 25, Bairro Costa e Silva em Mossoró/RN.

Criada a Fundação, assumiu a diretoria executiva o médico Jerônimo Dix-sept Rosado Maia Sobrinho, que há 21 anos suporta o peso de gerenciar uma fundação, que tem sobrevivido à custa de pequenas doações e alguns raros convênios, dos quais destacamos a Petrobras, que patrocinou quatro edições do Projeto Rota Batida e do Banco do Nordeste que patrocinou o portal da Fundação, para divulgação de livros digitalizados, mas que teve curta duração.

Com a morte de Vingt-un Rosado em 2005, as coisas ficaram mais difíceis para a fundação. Por questão de herança, a casa que abrigou a Fundação precisou ser desocupada e o imenso acervo que forma a Coleção Mossoroense ficou sem destino. Graças à boa vontade do Dr. Benedito de Vasconcelos Mendes o mesmo  foi transferido provisoriamente para o Museu do Sertão, em Alagoinhas, periferia de Mossoró, e graças a um acordo firmado com a Prefeitura Municipal de Mossoró transferido posteriormente para o Museu Municipal Lauro da Escóssia, que passou a abrigar a sede da Fundação Vingt-un Rosado, a biblioteca particular do seu patrono e o acervo da Coleção Mossoroense.

A  biblioteca particular de Vingt-un Rosado, que já estava catalogada graças a um convênio com o Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, foi devidamente organizada em uma das salas do andar superior do Museu Lauro da Escóssia, que recebeu também alguns outros pertences do patrono, como comendas, a cadeira de balanço com a qual acompanhou todo o trabalho de construção da Escola Superior de Agronomia de Mossoró – ESAM, a bengala que o sustentou nos últimos anos de vida, fotos, diplomas e outros pertences, que transformou a sala em um verdadeiro Memorial de Vingt-un. Infelizmente, por uma questão de acessibilidade, esse “memorial” ainda não está aberto à visitação pública, mas esperamos que em breve esse problema seja resolvido.

Quanto ao acervo da Coleção Mossoroense, composto por uma média de cento e cinquenta mil exemplares, precisou passar por mais uma mudança, haja vista que o andar superior do referido museu, que é de madeira com vigas de carnaúba (o prédio foi inaugurado em 1879), não suportaria o peso, segundo parecer do corpo técnico da prefeitura. Para tanto, foram designadas três salas da Biblioteca Pública Ney Pontes Duarte, juntamente com uma equipe da referida biblioteca, para separar, catalogar e posteriormente disponibilizar todo esse acervo para consulta pública, já que o prédio da biblioteca oferece todas as condições ideais para esse fim.

Apesar das vicissitudes por que tem passado a Fundação Vingt-un Rosado, a mesma continua viva, buscando patrocínios e outros tipos de colaboração para poder continuar com esse imenso trabalho em prol da cultura potiguar.

Fundação Vingt-un Rosado
Geraldo Maia do Nascimento
gemaia1@gmail.com


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://bogdomendesemendes.blogspot.com

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