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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

O MUSEU DE DONA ANTÉA

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de agosto de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.162

  Bibliotecas e museus guardam grandes tesouros da história. Santana do Ipanema, Alagoas, possui apenas um museu. Cidades outras possuem dois, três, cinco... Ou nenhum. O de Santana do Ipanema continua no casarão de esquina, vizinho à Matriz com o salão paroquial. Primeiro funcionou no prédio pequeno multiuso da municipalidade, à Rua Nossa Senhora de Fátima. Na época, entre outras peças, guardava uma das rodas do primeiro automóvel das Alagoas, pertencente ao coronel Delmiro da Cruz Gouveia. Não foi fácil sustentar um museu no tempo da ignorância. A marcha continuava entre vexatórias situações, mas conseguiu chegar vivo ao ano de 2019 com significativas vitórias. Sua organização atual tem atraído alunos e professores de várias escolas bem como pesquisadores e curiosos.
ESQUINA, MUSEU DARRAS NOYA (FOTO: B. CHAGAS).
        
          No quadro comercial sua presença também é destaque no local em que divide as feiras semanais.
          Residir em casarões era sinal de prestígio. Ali morou o maestro Manoel de Queirós (Seu Queirós) também fundador da primeira banda de música, ainda no tempo de vila. Chamava-se Santa Cecília e durou alguns anos após a emancipação. Seu Queirós ainda foi fundador do primeiro teatro na década de 20.
          Alcançamos ainda sua filha Antéa, já em idade avançada, morando e depois tomando conta do museu em que virou a sua residência. Pessoa culta, educada, comunicava-se bem com a pouca clientela da casa. Ficavam mais fáceis para ela às explicações sobre as peças expostas, algumas do seu próprio tempo. Foi relevante para a cultura santanense tanto o pai quanto a filha. Lembramo-nos levemente das suas narrativas sobre as pontes de madeira sobre o riacho Camoxinga, sempre levadas por ele, especialmente a de 1915.
          O museu de Dona Antéa, digo, o Museu Darras Noya, em organização atualmente, nada deixa a desejar em relação a nenhum outro do país. É a cultura tão massacrada antigamente, ganhando terreno e atraindo as novas gerações.
         Foi uma honra ministrar uma palestra no Espaço Cônego Bulhões, sobre prédios públicos históricos e o museu da cidade.
       

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