Quando se
pergunta o nome de uma mulher nordestina arretada, invariavelmente, a resposta
acaba sendo: - MARIA BONITA.
Afinal, quem
foi esta mulher? Qual seu papel: mocinha ou vilã?
MARIA GOMES DE
OLIVEIRA foi a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros -
polêmica, com temperamento forte. Isso lhe trouxe fama e uma série de histórias
controversas.
Entrou no
cangaço com 18 anos e morreu menos de 9 anos depois, em 28 de julho de 1938,
junto com Lampião e mais nove cangaceiros na Grota do Angico, em Poço Redondo,
Sergipe.
Nascida em 8
de março de 1911 (não por acaso o Dia Internacional da Mulher) numa pequena
fazenda em Santa Brígida/BA.
Filha de pais humildes, casou-se aos 15 anos com "Zé Neném" que vivia às turras com Maria. A cada briga do casal, refugiava-se na casa dos pais. E foi justamente numa dessas “fugas domésticas” que ela reencontrou Virgulino, o LAMPIÃO, em 1929.
AMOR À
PRIMEIRA VISTA
Com um tipo
físico bem brasileiro: baixinha, rechonchuda, olhos e cabelos castanhos - era
considerada uma mulher interessante. A atração foi recíproca. A partir daí
começou uma grande história de companheirismo e - porque não - de amor.
Um ano depois
de conhecer Maria, Lampião chamou a “mulher” para integrar o bando. Nesse
momento, ela entrou para a história. Conviveu durante oito anos com ele e
tiveram apenas uma filha, Expedita Ferreira Nunes - a única reconhecida
legalmente.
MOCINHA OU
VILÃ?
"...MARIA
BONITA e, por consequência, a história do cangaço, tem que ser passada pelo
contexto histórico acontecido no Nordeste brasileiro. A questão de 'bandido ou
herói' tem dividido opiniões, porém, o mais importante, é o registro dos fatos
acontecidos, NÃO PODEMOS JULGAR a história de um povo, de uma raça, de uma
comunidade. Toda a história, desde a criação, é repleta de momentos sangrentos,
de guerras e de lutas. Precisamos levar para as gerações vindouras esses fatos,
sem nada alterar ou modificar... É importante que escritores e estudiosos do
tema saibam manter a imparcialidade na hora de retratar os casos e deixem que a
história e o tempo decidam essas questões polêmicas...".
"...Ela
não se tornou símbolo do feminismo brasileiro. Ela se tornou sinônimo de mulher
corajosa, decidida, que rompeu parâmetros de uma época para seguir um grupo
comandado por um homem que vivia à margem da lei. Pode ter se tornado exemplo
para algumas outras mulheres, porém, não foi intencional, ELA FOI PARA O
CANGAÇO APENAS POR TER SE APAIXONADO POR LAMPIÃO...".
***Depoimentos de João de Sousa Lima - pesquisador do cangaço
Deixamos então
esta pergunta no ar aos nossos amigos leitores: - PODEMOS OU NÃO CONSIDERAR
MARIA BONITA COMO A "JULIETA" DO SERTÃO?
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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