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sábado, 16 de maio de 2020

MANÉ MORENO, ÁUREA E CRAVO ROXO FORAM ASSASSINADOS NO COMBATE DO POÇO DA VOLTA.

Por José Mendes Pereira
A legenda acima está equivocada porque qos que  morreram neste combate foram  Áurea, Cravo Roxo e Mané Moreno.

O primeiro livro que eu li sobre cangaço foi "Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico" de autoria do escritor, ex-prefeito de Poço Redondo e pesquisador do cangaço o saudoso Alcino Alves Costa, e este, me foi indicado e emprestado pelo bancário, pesquisador e membro da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Chagas do Nascimento, natural de Porto do Mangue, no Rio Grande do Norte, mas radicado por muitos anos em Mossoró.

Os primeiros blogs sobre este tema que me dediquei por completo foram: Cariri Cangaço do pesquisador Manoel Severo e logo depois o Lampião Aceso do Kiko Monteiro, ambos também indicados pelo Chagas Nascimento. Mas depois vieram outros, como o Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros, seguido do blog do escritor João de Sousa Lima, Cangaço na Bahia do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio, e o Portal do Cangaço do pesquisador e historiador Guilherme Machado, lá da cidade de Serrinha no Estado da Bahia. Em seguida, o aparecimento em minha residência do poeta, escritor,pesquisador do cangaço e gonzaguiano Kydelmir Dantas que muito me ajudou nas pesquisas e me doou vários livros sobre o tema, além dos trabalhos e vídeos do cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira e outros. Dentre eles Dr. Paulo Gastão e José Romero Araújo Cardoso.

Ao lado do pesquisador Antonio José de Oliveira lá da cidade de Serrinha, no Estado da Bahia, e eu aqui no Rio Grande do Norte, findamos tomando gosto pelo tema, e ainda hoje ele e eu continuamos pesquisando este fenômeno que é muito importante para nós. Lógico que não temos ainda muito domínio, mas já temos boas informações sobre ele registradas nas nossas páginas sociais e gravadas nas nossas mentes.

Em 1937, após ter assassinado o vaqueiro Antonio Canela nos Camarões o cangaceiro Mané Moreno e seus marginais  rumaram a Porto da Folha. O bando faz parada em Jaramataia para descansar e naquela localidade, trabalha um senhor conhecido por Pedro Miguel, sendo este pai do cangaceiro Elétrico que morreu na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, na madrugada de 28 de julho de 1938, no momento da chacina feita aos cangaceiros, além do rei Lampião e a sua Maria Bonita foram mortos mais 9 cangaceiros neste ataque.

A presença do grupo de cangaceiros em Jaramataia deixa Pedro Miguel chateado, e com urgência resolve procurar o proprietário da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica Cia" o afamado e perverso capitão Lampião, e faz sua queixa contra aqueles malfeitores, e do rei o Pedro Miguel recebe apoio, prometendo-lhe que os cangaceiros não iriam mais atanazá-lo.

Mas mesmo assim, o cangaceiro aparece com os seus comandados, talvez, ainda não tivesse encontrado o capitão pelas caatingas e ser chamado a atenção para não pisar naquela localidade. E lá, o cangaceiro Mané Moreno permanece com os seus homens por alguns dias, e dias depois os facínoras arribaram para Porto da Volta, na intenção de passarem a fogueira e as festividades do São João por lá.

O comandante de volante o policial Odilon Flor se encontra na região à procura de cangaceiros, e ao encontrar o Pedro Miguel quer saber dele sobre paradeiro dos cangaceiros, e este já insatisfeito com a presença deles por ali, informa ao policial que Mané Moreno e sua pequena malta de cangaceiros estão acoitados na localidade de Poço da Volta. É na fazenda Palestina que está havendo um baile de arromba, e como o forró está muito animado, você e eu leitor, vamos dá uma chegadinha até ao forró, pelo menos para sentirmos o roncar da sanfona.

Os bandidos estão felizes bebendo e dançando. O cangaceiro Mané Moreno rodopia no salão com a sua amada Áurea só no bico da bota, e os outros se aconchegam às mulheres que não faltam no momento. A bebida tem em grande abundância, e quem vai pagar a conta eu não sei. Apesar leitor, que você e eu estamos no forró, mas não pagaremos nada.

Odilon Flor e seus comandados vêm chegando ao forró. Ao longe eles ouvem os gritos dos festeiros; o fole ronca e os demais instrumentos fazem a algazarra, divertindo os dançarinos. A festa está acontecendo na base do candeeiro e a luz avermelhada faz com que a volante descubra com facilidade o local do forró. Lá, dançando, bebendo e farreando muito estão Mané Moreno que se diverte bastante com sua companheira a cangaceira Áurea, e seus cangaceiros. 

A noite está mais para volantes do que para cangaceiros. Os malfeitores brincam despreocupadamente, e a morte está por ali, rondando e feliz com o bom jantar que não tardará, só observando e imagina qual será a melhor maneira de ataque.

E sem muita dificuldade a volante coloca-se em posição de extermínio ao grupo. Escolhido o primeiro alvo que é o casal de cangaceiros Mané Moreno e sua querida Áurea caem já sem vida. Os festeiros gritam em pânico e correm sem direção. Todos querem sair o mais rápido possível daquele inferno.

O cangaceiro Gorgulho mesmo tendo recebido um balaço na perna deixando-a quebrada consegue furar o cerco dos policiais, e se salva, e aos poucos vai se arrastando, desaparece na escuridão da noite, sem nenhuma perseguição policial contra ele. Afinal, ninguém da volante o viu fugindo.

Terminada a chacina ficaram mortos: Mané Moreno. Este era primo dos cangaceiros Zé Baiano e Zé Sereno. Áurea sua esposa que era filha do casal Zé Nicácio e dona Josefa, os quais não gostavam nem um tiquinho do Mané Moreno, por ter carregado a filha para uma vida infernal.

A volante do comandante Odilon Flor teve sucesso nesta empreitada. A vitória do policial Odilon Flor e seus comandados foi muito valiosa, agora era só tomar para si os pertences dos cangaceiros Mané Moreno, Cravo Roxo e Áurea.

Alguns escritores afirmam que Gorgulho foi morto neste combate, mas na verdade, quem foi assassinado naquela noite foi o cangaceiro “Cravo Roxo”, segundo nos presenteia com esta informação tão importante, o escritor Alcino Alves Costa em seu livro “Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico”. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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