Clerisvaldo B.
Chagas, 30 de junho de 2020
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.335
Nostalgia da rolinha
branca. (foto: B. Chagas).
O desmatamento mais acelerado ou mais lento faz com que os animais
selvagens que não morrem de fome, morram pelas mãos dos caçadores ou migrem
para as cidades em busca de comida e abrigo. Assim é que a capital paulista se
encheu de tantos passarinhos em suas avenidas arborizadas com restos de comida
por todos os lugares. Em Maceió houve aglomeração para apreciar um casal de
tucanos em pleno logradouro público. Sibites, bem-te-vis e até rolinhas saem
das matas periféricas e das grotas em busca de comida e abrigo. Fazem ninhos
nas plataformas dos altos postes e até nas varandas ajardinadas da capital. A
alimentação é farta no lixo dos terrenos baldios e até nas praças e meio de
ruas.
Em nossa cidade, não é diferente. Antes os pardais, viraram pragas. Andam
em bando e botam os outros pássaros para correr. Nem cantam que preste, é
somente um chilreado nervoso e irritante de terras
portuguesas. Caso invadam seu telhado, os abrigos das biqueiras, você estará
sem sossego por uma infinidade de tempo. Mas o desmatamento é tanto que outros
pássaros resolveram enfrentar a agressividade dos pardais e também ocupam
territórios urbanos em Santana. Beija-flor (bizunga, colibri), bem-te-vi,
sanhaçu e até rolinha, vão aparecendo. A rolinha é muito caçada pelo sabor da
carne. Acontece mais por aqui, a presença da rolinha branca (branca e cinza);
mas tem a rolinha azul, a fogo-pagou e a caldo- de-feijão que preferem lugares
mais quentes do semiárido. São criaturas dóceis, delicadas, que inspiram
tristeza e nostalgia.
Não resistimos a sua presença solitária na fiação da rua defronte a nossa
casa. E lá vai “flash” ao invés de bala. Amar as coisinhas do Criador dos
Mundos
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