Por Milton Parron
Antonio dos
Santos vulgo Volta Seca, sergipano de Itabaiana, ingressou no bando de Lampeão
quase menino para escapar às surras diárias que sua madrasta lhe aplicava. Pode
se dizer que pulou da frigideira e caiu no braseiro porque começou a ser
surrado por Lampeão e pelos demais por causa de suas peraltices, próprias da
idade. Suas funções se limitavam a dar banho nos cavalos, lavar louça e roupa
suja e também espionar nas cidades se havia muitos policiais em ronda. Tanto
apanhou que acabou se tornando um dos cangaceiros mais violentos de todo o
bando. Astuto, corajoso e agressivo, em contraste com uma grande sensibilidade
artística. Apesar de semi alfabetizado, escrevia com grande facilidade versos e
também compunha músicas que o bando inteiro conhecia e entoava com entusiasmo
quando estava acampado em alguma fazenda sob proteção do próprio dono. Ouçam,
clicando abaixo, Volta Seca cantando dele próprio uma das músicas que os
cangaceiros mais gostavam, chamada Acorda Maria Bonita:
Volta Seca foi
preso 3 vezes, tendo fugido nas duas primeiras. Foi sentenciado a 145 anos,
mais tarde a pena foi reduzida para 30 e finalmente para 20, não a tendo
cumprido integralmente porque o presidente Getúlio Vargas lhe concedeu o
perdão, em 1954. O cangaceiro Volta Seca morreu em 1997 em Leopoldina, Minas
Gerais, onde estava morando. Ele é um dos personagens do programa Memória onde
está sendo apresentada uma série especial sobre o cangaço no Brasil. Memória
vai ao ar pela rádio Bandeirantes em 840 AM, e em FM 90,9, aos sábados às
23hs00 com reprise aos domingos às 05hs00.
Milton Parron
Milton Parron
começou a carreira em 1960 e testemunhou os grandes acontecimentos policiais,
esportivos, políticos e culturais em São Paulo e no Brasil. É um dos maiores
repórteres da história do rádio brasileiro.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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