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terça-feira, 13 de outubro de 2020

A LÍDER CANGACEIRA.

Por João Filho de Paula Pessoa

O professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio nos entregou uma nova Anésia Cauaçu. 

Por volta de 1910, Anésia Cauaçu era uma mulher forte, bonita, trabalhadora, lutava capoeira, sabia atirar, tinha boa pontaria e sabia cavalgar, sendo a primeira mulher a usar calça comprida em sua região, era casada, mãe e vivia numa família numerosa em Jequié/Ba. Sua família se envolveu num conflito com um coronel local, Zezinho dos Laços que teria mandado matar Augusto Cauaçu e por isso foi morto pela família Cauaçu em 1911 como vingança, o que resultou na revolta de outros coronéis que formaram um bando de Jagunços para atacar a família Cauaçu, que, por sua vez, formaram uma resistência e se organizaram num grande bando familiar de cangaceiros sob a liderança de Anésia, que bravamente enfrentaram as ofensivas dos coronéis, sendo vitoriosos em todas as batalhas, inclusive numa grande batalha travada na praça central de Jequié, com a liderança e participação efetiva de Anésia nesta luta. Sua bravura e valentia eram tão grande que surgiram lendas a seu respeito, de que ela, durante os combates se desmaterializava e se transformava em árvore. Notável também era sua pontaria, que teria decepado os dedos de um sargento com um tiro à grande distancia, quando este direcionava seus soldados com as mãos. Os Cauaçu venceram os coronéis e lutaram contra as injustiças destes, e empreenderam a defesa dos oprimidos locais. Em 1916 o Governo do Estado da Bahia, sob pressão pelo crescimento e fama dos Cauaçu, enviou um grande contingente de soldados para combate-los, conta-se que foram uma média de trezentos soldados, que enfim conseguiram expulsar os Cauaçu de Jequié, que resolveram se dispersar e se mudar para outros locais. Assim, após seis anos de cangaço Anésia foi morar com seu marido e filha na Fazenda de um amigo da família, que lhe devia favores, mas que a traiu por dinheiro entregando seu paradeiro às autoridades, que a prenderam e nunca mais se teve notícias suas, não havendo registro de sua vida e morte após a prisão. (João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.) 12/10/2020.

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