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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A VIDA DA PALAVRA DADA.

 Por João Filho De Paula Pessoa

Na invasão do Bando de Lampião a Queimadas/Ba, em 1929, após prender todo o contingente policial no próprio quartel, Lampião seguiu de casa em casa e em todos os comércios, arrecadando dinheiro e bens, levando consigo o Sargento da Tropa como guia, o Sarg. Evaristo. Ao chegarem à casa de Dona Santinha, que usava em seu pescoço um bonito colar com uma joia de ouro, tipo trancelim, embora amedrontada aquela senhora percebeu que Lampião olhou com atenção para seu colar, ela então o tirou do pescoço e deu voluntariamente a Lampião como presente, fato que o emocionou e lhe fez prometer que acataria qualquer pedido seu, momento em que ela pediu que a vida daquele sargento fosse poupada, pois ele era um homem bom e íntegro. Lampião não gostou muito do pedido, pois tinha planos macabros para aqueles soldados naquele dia, mas mesmo contrariado disse-lhe que por ter dado sua palavra, iria cumpri-la e acatar seu pedido. Após a coleta, retornaram ao quartel onde a tropa estava presa, num total de sete soldados, mandou que todos saíssem da cela, e na calçada da cadeia foram ajoelhados e, um a um, foram alvejados a balas e sangrados a punhal, num massacre horrendo, restando vivo somente o Sarg. Evaristo em virtude da palavra dada por Lampião à D. Santinha, que foi poupado daquele genocídio sangrento, nada sofreu, mas a tudo assistiu, levando consigo aquele trauma por toda sua a vida. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 18/12/2019.

Assista o filme deste Conto - https://youtu.be/9O1kma6xzeA

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