Por Na Rota do Cangaço
Em Agosto de 1937, dia de feira em Serra Negra, o tenente Zé Rufino descansava de extensa jornada ao tempo em que seus comandados tiravam folga para tomar “umas e outras”, quando surge no povoado um sujeito montado num burro castanho despertando a atenção do rastejador Gervásio, que proseava à porta do salão de sinuca.
O rastejador passou então a monitorar o coiteiro, que se dirigia diretamente para a residência do coronel chefe político João Maria. O desdobramento dessa visita inesperada foi imediato porque o coronel despachou um empregado para contatar o tenente Zé Rufino, pois o coiteiro queria uma conversa “pé de orelha” com o tenente.
O diálogo se deu em linguagem quase que cifrada.
Quis saber Temístocles, deixando subentendido vantagens financeiras, segurança, e discrição naquela conversa com Zé Rufino, travada na sala de jantar de João Maria, sem ninguém por perto. Zé Rufio abriu o flanco da conversa, deixando a entender que um acordo seria mesmo razoável para aquela guerra sem fim entre sua volante e o bando de Lampião.
O tenente Zé Rufino apenas aquiesceu positivamente com a cabeça. Discretamente o coiteiro se retirou, o tenente ainda proseou com João Maria tomando calmamente seu café; se despediu e caminhou sem alvoroço até onde os soldados da volante estavam arranchados, olhou bem nos olhos do cabo Miguel, seu guarda-costas, e ordenou.
Algumas léguas distantes de Serra Negra, na fazenda Capoeira, Temístocles teve uma conversa com Lampião.
O tenente Zé Rufino só não cercou e liquidou com Lampião, porque o cabo Miguel, ordenança de Zé Rufino, levou tempo para reagrupar a tropa espalhada pela feira ou em casas de parentes, e por um detalhe recorrente na volante e não menos importante:
Gervásio, o rastejador, estava de Pileque numa das bodegas de Serra Grande e demorou a se curar da carraspana.
Acesse: blogdojoaocosta.com.br Fonte de consulta:
Lampião – a Raposa das
Caatingas, de José Bezerra Lima Irmão.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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