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quarta-feira, 29 de março de 2023

VALORIZANDO O QUE É SEU

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.855 km

Dias após palestras sobre a parte física de países do Hemisfério Norte, resolvi fazer um teste de valorização. Dirigi-me até à periferia da cidade em visita ao açude do Bode. O açude é uma reserva hídrica construída pelo DNOCS no riacho do Bode, no início dos anos 50. Um lugar muito aprazível e esquecido após a chegada da água encanada do São Francisco. Seu sangradouro despeja na continuação do leito do riacho que atravessa a BR-316 e tem sua foz após o Bairro Bebedouro. Seu paredão é muito bem feito e a paisagem vista dali é deslumbrante. Tirei uma foto das suas margens repletas de florezinhas simples que nascem no campo.  As flores em primeiro plano, o espelho d’água em segundo. Posso afirmar que saiu uma bela fotografia.

AÇUDE DO BODE, VISTO DA REGIÃO HABITACIONAL DO BRISA DA SERRA. (FOTO B. CHAGAS).

Dias depois, em sala de aula, novamente, apresentei a foto em slide e foi óóóó!!! Geral. Indaguei, então de qual país do Norte seria aquela paisagem maravilhosa. E as respostas ficaram mais ou menos no Canadá, Estados Unidos, Noruega e Holanda. Então, depois de uma aula  de valorização sobre o que nos pertence, revelei que a foto representava uma paisagem do Brasil, de Santana do Ipanema e, precisamente do açude do Bode. Fez-se um silêncio total de incredulidade e eu fiquei muito feliz em ter alcançado meu objeivo. Confesso que não sei se aqueles representantes da juventude aprenderam a lição, sei, porém, que hoje eles são homens e mulheres que estão fazendo acontecer na sociedade. E o que muda com essa descoberta na vida de cada um e do meio em que se vive?

Acho que todo nós devemos possuir essa percepção de valores, mesmo sendo analfabetos, doutores ou “mobralinos”. O que não deveremos fazer é cair no ridículo da supervalorização e na empáfia. Mas fazermos um balanço de quem somos, o que temos e o mínimo da nossa importância, até porque pode se correr o risco de auto rejeição. Em relação à Pátria, à região, ao estado, ao município natal, assim como o bairro, a rua... Os sentimentos devem ser o mesmo de uma avaliação pessoal e muito íntima. Enxergando os nossos valores mínimos e os alheios, poderemos ser mais justos, mais animados à vida, mais ricos e mais modestos psicologicamente falando. “O rico fez sucesso com seus sapatos na festa, mas fui eu – engraxate – quem aplicou o brilho”.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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