Por Átila Matias
Mercúrio é
considerado o menor planeta do Sistema Solar desde o rebaixamento de Plutão a
planeta anão. A proximidade de Mercúrio com o Sol (é o planeta
mais próximo dessa estrela) torna o desenvolvimento da vida nesse planeta
bastante difícil, pois há altas e baixas temperaturas, instabilidades
climáticas, atmosfera fraca e uma superfície escura, talvez devido à presença
de grafite ou mesmo pelas altas temperaturas, que “carbonizam” as paisagens.
Mesmo com
todas as adversidades, é um planeta intrigante e que chama a atenção dos
astrônomos por conter água, tanto em estado sólido quanto líquido (em menores
quantidades).
Leia
também: Por que não sentimos a Terra girar?
Tópicos deste
artigo
2
- Características de Mercúrio
4
- Curiosidades sobre Mercúrio
Dados gerais
de Mercúrio
Diâmetro
equatorial: 4.879 quilômetros.
Área da
superfície: 7,5 x 107 km².
Massa: 3.302×1023 kg
(330 bilhões de bilhões de toneladas).
Distância do
Sol: 57.910.000 de quilômetros.
Satélite natural: não
possui.
Período de
rotação: aproximadamente 59 dias.
Período de
translação: aproximadamente 88 dias.
Temperatura
média: devido à alta variação térmica, o planeta possui uma temperatura média
de 179 ºC.
Composição
atmosférica: por estar tão próximo do Sol, a atmosfera de Mercúrio é bem
instável e fraca, se comparada com a da Terra.
Em geral, possui gases como hélio, sódio e oxigênio, com
predomínio dos dois primeiros.
Características
de Mercúrio
Graças às duas
sondas espaciais que visitaram Mercúrio nas últimas décadas (Mariner, nos anos
1970, e Messenger, em 2011), muito já se sabe sobre Mercúrio, mas ainda há
muito o que se explicar e várias perguntas sem respostas, muitas com suposições
e estimativas. Tal mistério é perfeitamente aceitável, haja vista a dificuldade
de acessar o planeta, que conta com instabilidades climáticas, baixas e altas temperaturas
e uma órbita peculiar.
A órbita de
Mercúrio, por exemplo, é uma das menos circulares do Sistema
Solar. Durante o periélio, o planeta chega a uma distância do Sol de 47 milhões
de quilômetros. Já no afélio, essa distância atinge 70 milhões de quilômetros.
Mercúrio é um
planeta que não possui uma inclinação semelhante à da Terra. Sem essa
inclinação e com uma translação curta, não há existência de estações do ano.
Essa baixa inclinação explica também o gelo encontrado nas crateras desse
planeta. Segundo os estudos da sonda Messenger, o fato de não estar bem
inclinado em relação ao Sol faz com que a iluminação não atinja o fundo das
crateras, possibilitando a formação de gelo durante a noite.
Sua composição
atmosférica é instável e fraca quando comparada com a nossa. A proximidade
com o Sol faz com que Mercúrio sofra com os ventos solares, dificultando a
presença de atmosfera, satélites naturais e anéis. Com isso, o planeta é
suscetível aos meteoros, que
constantemente se chocam com o planeta, abrindo enormes crateras.
A estrutura
física de Mercúrio também chama a atenção. Os estudos das sondas indicam que o
núcleo do planeta seja maior do que o da Terra, correspondendo a 75% de
Mercúrio. Isso é bem desproporcional, haja vista que se trata do menor planeta
do Sistema Solar, mas com um núcleo de quase 4000 quilômetros de diâmetro.
Uma das
possíveis explicações é que Mercúrio era um planeta enorme, localizado bem
distante de onde está hoje, há bilhões de anos. Com seu movimento orbital, foi
sendo transportado para próximo do Sol. Durante esse “transporte”, choques com
outros corpos celestes afetaram sua estrutura, diminuindo sua massa rochosa.
Esse passado turbulento também pode ajudar a explicar a densidade de
Mercúrio, que é o segundo planeta mais denso do Sistema Solar, atrás
apenas da Terra.
Em 2018, uma
terceira sonda espacial partiu em busca de mais respostas sobre Mercúrio, a
sonda BepiColombo, cuja parceria se deu entre a agência espacial europeia ESA e
a agência japonesa JAXA. A expectativa é conhecer ainda mais o menor planeta do
Sistema Solar.
Leia
também: Por que o homem ainda não voltou à Lua?
Mercúrio na
cultura
O nome do
planeta está relacionado às culturas mitológicas grega e romana. Segundo
esses dois povos, Hermes (para os gregos) e Mercúrio (para os romanos) são
considerados os deuses dos mensageiros, atuando de forma rápida na
comunicação entre os povos.
Como a sua
órbita atinge até 180 mil km/hora, o planeta recebeu esse nome, pois tem um
movimento muito rápido no Universo.
Na astrologia, Mercúrio
é considerado o planeta do signo de Gêmeos, que está ligado, por sua vez, à
comunicação e à inteligência, algo típico de um deus mensageiro.
Nos nomes dos
dias da semana, a quarta-feira é um dia dedicado ao planeta. Para os
romanos e gregos, esse era o dia do deus mensageiro. Nesse dia, atividades
comerciais e viagens são facilitadas na crença mitológica, daí o nome Miércoles (em
espanhol) ou Mercoledì (em italiano). Ambos os nomes significam “Dia
de Mercúrio”.
Curiosidades
sobre Mercúrio
Seu nome
deriva do deus Mercúrio, o deus mensageiro da mitologia romana.
As primeiras
observações com telescópio datam de 1610, e Galileu
Galilei fez as primeiras constatações.
Um dia em
Mercúrio dura 59 dias na Terra.
Um ano em
Mercúrio dura 88 dias na Terra.
A velocidade
de rotação de Mercúrio pode atingir 180 mil km/hora.
Mesmo estando
próximo do Sol, sondas espaciais encontraram gelo em Mercúrio.
As
temperaturas no planeta podem atingir 420 ºC de máxima e -173 ºC de mínima,
sendo o planeta com a maior oscilação térmica do Sistema Solar.
Devido a sua
fraca atmosfera, Mercúrio é bem suscetível a choques com meteoros, meteoritos e
cometas. Dessa forma, é o planeta com a maior quantidade de crateras entre os
oito do Sistema Solar.
Em toda a
história espacial, três sondas já visitaram Mercúrio: Mariner 10, em
1975; Messenger, em 2004; e BepiColombo, em 2018. Os anos citados
foram os anos em que as sondas saíram da Terra.
O núcleo do
planeta ocupa 75% de toda a sua massa.
Uma viagem da
Terra até Mercúrio levaria, em média, 7 anos.
Não há
indícios de placas tectônicas em Mercúrio.
Veja
também: 8
curiosidades sobre o Sistema Solar
Exercícios
resolvidos
Questão 1 –
(UEPG 2010 - adaptada) Sobre o Sistema Solar, seus astros componentes e os
movimentos desses astros, assinale V para o que for verdadeiro e F para o que
for falso.
I – ( ) Os
planetas, quanto mais distantes do Sol, mais rapidamente descrevem o seu movimento
de translação, enquanto os mais próximos do Sol mais vagarosamente descrevem as
suas órbitas.
II – ( ) Todos
os planetas do Sistema Solar possuem movimentos de rotação, sendo que uns giram
muito lentamente em torno de seu eixo, a exemplo de Júpiter, e outros giram
rapidamente, a exemplo de Vênus. Todos eles praticam sua rotação no mesmo
sentido, de oeste para leste.
III – ( )
Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são os planetas gigantes do sistema e são de
constituição gasosa. São considerados planetas exteriores, pois orbitam o Sol
além do cinturão de asteroides.
IV – ( )
Plutão deixou de ser considerado um planeta dos nove que compunham o Sistema
Solar e passou à categoria de planeta anão.
V – ( )
Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são planetas sólidos, de constituição rochosa e,
por isso, denominados planetas terrestres. São considerados, ainda, planetas
interiores, pois suas órbitas se localizam aquém do cinturão de asteroides.
A ordem
correta, de cima para baixo, é:
A) F F V V V
B) F V F V V
C) V V F F V
D) V F V F F
Resolução
Alternativa A.
I – F –
Quanto mais distantes do Sol, maior será o tempo gasto para um planeta
completar sua translação.
II – F –
Nem todos os planetas têm sua rotação no mesmo sentido que a Terra. Vênus, por
exemplo, gira ao contrário.
III – V
IV – V
V – V
Questão 2
– No Universo, muitos planetas possuem satélites naturais que giram ao seu
redor, ou seja, que os orbitam. É o caso do planeta Terra, que possui a Lua
como satélite natural. Dentre os planetas do Sistema Solar, aqueles que não
possuem satélites naturais girando ao seu redor são:
A) Vênus e
Marte.
B) Urano e
Netuno.
C) Mercúrio e
Vênus.
D) Mercúrio e
Netuno.
Resolução
Alternativa C. Por estarem mais próximos do Sol, Mercúrio e Vênus não possuem satélites naturais devido às tempestades solares, que impedem a presença orbital desses corpos celestes.
Átila
Matias
Professor de Geografia
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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