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quarta-feira, 12 de março de 2025

EM POÇO REDONDO, AQUELAS RENDEIRAS E TANTAS SAUDADES...

Rangel Alves da Costa

Onde tá Dona Clotilde? Tá ali... Onde tá Dona Conceição de Laura? Foi ali... As calçadas esperam, os bilros esperam, as almofadas esperam, mas já não ouço suas vozes, não vejo suas mãos passeando por cima da marcação no papelão, já não ouço o som dos bilros transformando em arte cada passo e cada encontro. Já não vejo a linha se entrincheirando entre as flores e os espinhos. Já não vejo o enchimento da almofada sorrindo bela beleza surgida. Onde está Dona Cenira? Ainda está ali... Onde está Dona Araci? Foi ali... Tardes saudosas de um sertão bucólico e cativante, relembranças de banquinhos nas calçadas e brisa boa soprando entre as doces palavras. O menino brincando de bola, mas com cuidado, pois Dona Mariá estava ali. O cavalo apressado diminuindo o galope, pois Tia Mãezinha estava ali. As velhas almofadas envelheceram ainda mais e hoje choram suas saudades. As tardes fagueiras já não cantam mais as doces canções no tilintar dos bilros. Na memória, restando apenas os espinhos. E como dói cada ponta aguda da medonha saudade. Como dói ser aquele Poço Redondo. Ser aquele Poço Redondo e não ser mais. Nunca mais...

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