Seguidores

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Antonio Silvino - (H)istória ou (h)istória?

Por: José Mendes Pereira


            Esta outra foi contada em uma debulha de grãos de feijão, numa noite de um luar calmo e serenoso em minha residência. Não guardei na mémória o contador desta, pois eu ainda era muito criança. Mas todos que debulhavam vargens de feijão a ouviram com  muito atenção.

O cangaceiro rifle de ouro - Antonio Silvino

              Certo dia, dizia o contador da história, Antonio Silvino havia se arranchado  bem perto de uma estrada, lá pras bandas de Pernambuco, e lá vinha um senhor montado em um jumento que carregava uns caçuás. E antes que o homem passasse, ele o interrompeu perguntando:
             - Para onde o sinhô vai? - Perguntou-lhe com elegantemente.
             - Vou à feira senhor, fazer compras.
             - E quanto leva im seu bôço? - Quis saber Antonio Silvino.
             - Levo comigo vinte mil réis.
             - Poiz mi dê! - Pediu o cangaceiro as moedas do estradeiro.
            O homem já sabendo que estava diante do cangaceiro Antonio Silvino, dias antes havia tomado conhecimento que o bandoleiro se encontrava naquela região, não recusou. Passou-lhe o dinheiro.  E puxando as rédeas do seu animal, dirigiu-se voltando para casa.
              Ao ver o homem tomando rumo a sua casa, Antonio Silvino perguntou-lhe:             
                - O sinhô disse qui ia fazê feira. Pur qui vai vortá?
               - Eu ia Senhor. Mas o dinheiro que eu levava para comprar o necessário para minha família agora está no seu bolso
                Antonio Silvino enfiou a mão no bolso, tirou o que era do homem, mais uma quantia  do seu, e lhe deu dizendo:
                   -Agora vá à cidade e compri o dobro de alimentos pra seus fios e... Um cangaceiro que respeita o seu nome, assim como eu, não toma de quem não tem para dar. 
                   O homem montou-se em seu sofrido animal, e sacudiu-se em busca da cidade para fazer suas compras. Só retornando ao entardecer, mas por outra estrada.
                  
História que eu ouvi contar em uma debulha de grãos de feijão. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário