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quarta-feira, 15 de junho de 2011

A mangueira, a tesoura e a onça do coronel Santana

 Por: Bosco André


               .O Cel. Santana, homem de pulso, chefe político e respeitado no seu Clã familiar, certa feita foi chamado para árbitro de uma questão entre duas pessoas da sua família. A questão era um "pé de manga" entre vizinhos, localizado na cerca da estrema entre as duas propriedades, que a matrona, já viúva, exigia que as mangas que caíssem na propriedade do seu parente e vizinho, lhes fossem entregues.

Coronel Santana
            O Cel. Santana, tentou por todos os meios sanar a briga, mas sem êxito. Resolveu colocar um terceiro na história e o peitou para que toda noite colocasse uma lata d'agua quente e urinasse no pé da mangueira. Ao cabo de um mês, a mangueira estava morta, caso solucionado, sem deixar mágoa a nenhum dos seus parentes e seus eleitores e o mais importante, sem que aparecesse aquela estratégia do ardiloso coronel, o local ainda hoje é conhecido como: “A MANGUEIRA MIJADA” ...

OUTRA HISTÓRIA DO CEL. SANTANA
          
             Certa feita o Cel. Santana, chegou a casa de uma sua parenta nas redondezas de Missão Velha, a qual se encontrava chorando muito, ao que foi interpelada pelo coronel, o que estava acontecendo? Ela, lhe disse que havia desaparecido uma tesoura de ouro, que fora herança da sua avó, e que suspeitava de umas mulheres que estavam apanhando um feijão na sua roça, em número de oito trabalhadoras rurais.            
             O Cel. Santana, pediu calma e perguntou a que horas aquelas mulheres voltariam da roça, tendo a sua parenta dito que ao final da tarde; lá para as quatro e meia da tarde.
             À hora marcada, o coronel chegou a casa da sua parenta e mandou que as mulheres desocupassem os lençóis, jogando o feijão ao pé da parede e mandou que pegassem quatro lençóis daqueles e cada uma, pegasse numa ponta do lençol e tentassem rasgá-lo, a certa altura o Cel. Santana, disse: “a mulher que roubou a sua tesoura minha prima, não vai conseguir rasgar o lençol! ao que uma das circunstantes, disse: “não Coronel eu vou conseguir!”, então aí o Cel. Santana, mandou que ela fosse buscar a tesoura e entregasse a sua legítima dona. Terminando assim o segredo do roubo da tesoura.

a famosa tesoura de ouro

MAIS OUTRA DO CORONEL SANTANA
            
            Numa de suas fazendas o Cel. Santana, mantinha um criatório de bodes e começou a desaparecer os bodes e o coronel chamou ao seu encarregado e disse:
            - Compadre, isso é a onça que está pegando estes bodes e vamos pastorar a onça para matar”, lhe entregando um rifle.
            Debalde aquela ordem do coronel, pois o compadre sempre alegava que não conseguia matar a onça e os bodes sumindo.
             Um dia o Cel. Santana, manda chamar o compadre a Serra do Mato e conversa vai, conversa vem, escureceu e o Cel. Santana diz ao compadre:
            - Você hoje vai dormir aqui e pode amarrar o seu cavalo perto daquela cana que replantei  a poucos dias, mas amarre bem seguro para não estragar a cana e ainda porque lá perto tem uma bola de capim que dá para o cavalo alimentar-se bem durante a noite".
            O compadre preparou um torno, fincou ao chão e amarrou o burro com uma corda nova.
             Por tras, o Cel. Santana, manda um seu cabra a noite velha, cortar a corda com pedras, para que o compadre de nada desconfiasse.          
            Madrugada cedo, o compadre levantou-se e foi até onde estava amarrado o seu cavalo e para seu espanto o mesmo estava dentro da cana tão recomendada pelo coronel.
            Ao retornar a casa grande, o Cel. Santana, já estava de pé e perguntou:
            - como foi compadre, o cavalo estava amarrado no lugar que você deixou?”
            E o compadre disse:
            - Compadre, o burro soltou-se e deu um estrago muito grande na sua cana, isso eu não posso negar”.
           Então o Cel. Santana, disse:
           - Pode ir para casa compadre, pois o homem que não mente, também não rouba”.
           Tirando a limpo a história de que a onça, realmente era quem estava comendo os bodes do Coronel e não o compadre, como ele desconfiava.

Extraído do blog "Cariri Cangaço"

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