Seguidores

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

SILVINO JACQUES, BANDOLEIRO E POETA

Por: Alfredo Bonessi

Durante o lançamento de CASOS DE ROMUALDO EM CORDEL, no Memorial do Rio Grande do Sul, tomei conhecimento da existência do famoso bandoleiro SILVINO JACQUES, afilhado de Getúlio Vargas, que escreveu a sua própria saga em mais de 200 sextilhas.


Ele agiu na década de 1930, participou de revoluções como getulista e depois passou a viver uma vida errante, com um grupo de comandados, vivendo tórridos romances e confrontos históricos na região onde hoje é o Mato Grosso do Sul.


Não sei por que o povo gaúcho batizou a obra erroneamente de “Décimas de Silvino Jacques”, pois o texto é, na verdade, todo em sextilhas... O cartunista SANTIAGO nos informou, por e-mail, que na infância conheceu outras "décimas" contando a vida de outros bandoleiros famosos do RS. A figura de Silvino Jacques é fascinante... Pretendo escrever alguma coisa sobre ele em nosso blog.

Silvino Jacques, bandoleiro-poeta afilhado de Getúlio Vargas
Como já frisei “As Décimas Gaúchas” escritas por SILVINO JACQUES são SEXTILHAS em redondilha maior (sete sílabas), da mesma maneira da Literatura de Cordel nordestina:

1
Vou contar uma historia,
Que muitos devem saber,
Mas contada por quem não viu
É justo não deve crer.
E para que todos saibam
Bem certo vou escrever.
2
Meu nome nunca neguei,
E não pretendo negar,
Me chamo Sylvino Jacques,
E nunca procuro o mal
Ele é quem me procura
E sempre há de me encontrar.
3
Sempre fui perseguido
por um ruim triste destino,
Até chegar ao ponto
De ser um homem ferino
E meu nome ser comentado
Com fama de assassino.
4
Essa triste sorte, de longe
De longe vem me seguindo,
Pois creio que é o meu destino
Que anda me perseguindo,
Embora cheio de mágoas
Eu mostro-me sempre rindo.
5
Sou natural da fronteira
Do Rio Grande estimado,
Criei-me como um gaúcho
De pingo bem encilhado
Sempre alegre e altaneiro
Sem maldizer meu Estado.


6
Fui nascido nas campinas
Do Sul cheio de flores,
Foi onde vi prazeres
E que conheci amores,
E conheci também tristezas
E golpes cheios de dores.
(...)

Enviado para este blog por: Capitão Alfredo Bonessi

Nenhum comentário:

Postar um comentário