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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Armas e Munições

Por: Sabino Bassetti
José Sabino Bassetti 

Fornecedores de armas e munições

Muito se tem falado sobre aqueles que forneciam armas e munições a grupos de cangaceiros, principalmente a Lampião. Tem-se acusado coronéis da época, comerciantes, fazendeiros, políticos e até militares de tal pratica. Citam que uns assim procediam por medo, outros por admiração e outros simplesmente para ganhar dinheiro. Sem dúvida existiram essas pessoas, e os motivos foram os citados acima. Mas isso não aconteceu na proporção que muitos divulgam e fazem questão de afirmar. Analisemos: 


Quando no início de Lampião e seus irmãos no cangaço, a arma longa usada era o rifle Winchester. Tanto esse tipo de arma como sua munição eram encontradas em casas comerciais sem muita dificuldade. O rifle foi usado por muitos cabras até o final do cangaço. 

Benjamim Abraão

Basta examinar com atenção as fotos tiradas por Benjamim Abraão por volta de 1936, para se constatar que diversos cabras usavam ainda essa arma. Nas mesmas fotos, sem muita dificuldade, vamos perceber que diversos cangaceiros ainda portavam também os velhos e ultrapassados fuzis modelos 1905 e 1908. Nota-se que apenas aqueles cabras mais importantes é que usavam o fuzil modelo 1922. 


Na famosa foto das cabeças tiradas na escadaria da Prefeitura de Piranhas, aparece apenas 1 fuzil modelo 1922, 4 fuzis modelo 1905 e o restante modelo 1908. Chega-se então a conclusão, que Lampião não comprava tantas armas como se propaga. Já com a munição era diferente, pois, a munição gasta tinha que ser reposta com certa brevidade. Claro que para isso havia a colaboração de alguém importante, pois, não seria qualquer coiteiro que teria condição de comprar munição e repassar a Lampião. 


Depois da morte de João Bezerra, alguns passaram a acusá-lo de tal prática. Teria um simples tenente de volantes condições de desviar grandes quantidades de munição e entregá-las aos cangaceiros? Os quarteis sedes de volantes eram constantemente fiscalizados pelos superiores, a munição era controlada com até com rigidez para que tal prática não viesse acontecer. Acreditamos possa ter ocorrido algum desvio de munição da própria polícia, mas não na proporção que muitos fizeram questão de divulgar.

Atenciosamente.

Sabino Bassetti


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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