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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

OS MISTÉRIOS DO ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ, CONCLUSÃO

Por: Honório de Medeiros(*)
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Terá sido assim que tudo aconteceu? Concretamente não se sabe. Os indícios, entretanto, estão aí, para quem quiser analisá-los, relacioná-los e descobrir o que eles formam.

São fortes esses indícios. São como pontos de uma malha, intersecções de uma rede, elementos possivelmente conectados formando uma unidade, aguardando que alguém consiga tirá-los da sombra e trazê-los para a luz do sol, revelando a verdade que o tempo cada vez mais condena ao esquecimento.

Os personagens são todos fartamente citados na literatura acerca do assunto. Uns mais, outros menos: 

Coronel Rodolpho Fernandes e o Coronel Francisco Pinto

o Coronel Rodolpho Fernandes; o Coronel Francisco Pinto; o jagunço/cangaceiro 

Massilon e Lampião

Massilon Leite; Lampião, o rei do cangaço; o Coronel Isaías Arruda; os coronéis apodienses; 

Coronel Isaías Arruda

os coronéis paraibanos; o Governador José Augusto Bezerra de Medeiros.

José Angusto Bezerra de Medeiros

É difícil acreditar que todas as questões levantadas e não respondidas teriam respostas circunscritas à própria causa específica que as fez surgir, sem que houvesse qualquer relação entre as mesmas que suscitasse uma conexão, uma unidade de propósitos.

Essa teoria, evidentemente, ainda está sob o domínio da especulação: talvez jamais venha a ser descartada ou encampada definitivamente, se não surgir algum fato novo, como alguma correspondência, algum diário, relato, guardada em baús, armários ou armazéns, em propriedades rurais ou imóveis urbanos, coberta pelo pó do tempo.

Há muito que pode ser dito para negar essa teoria, a de que o ataque de Lampião a Mossoró foi resultado de um complô político que visava assassinar o Cel. Rodolpho Fernandes. Tal complô, se houve, foi um dos últimos espasmos [1] do coronelismo que sob a forma pela qual ficou conhecido, ditou os rumos do Sertão nordestino, o Sertão de Lampião e Pe. Cícero, dos cantadores de viola, dos jagunços, das volantes, do final do ciclo do couro, até a chegada de Getúlio Vargas e do Estado Novo.

Esse coronelismo sucumbiu à presença do Estado. O coronelismo, não.

Então resta dizer, à guisa de conclusão, que as coisas podem não ter acontecido como descrito até agora.

Mas que poderia ter sido assim, isso poderia...

[1] O último mesmo, até onde se sabe, foi o assassinato do Cel. Chico Pinto, de Apodi, na famosa campanha do Partido Popular contra o Interventor Mário Câmara.

(*) Mestre em Direito; Professor de Filosofia do Direito da Universidade Potiguar (Unp); Assessor Jurídico do Estado do Rio Grande do Norte; Advogado (Direito Público); Ensaísta.

http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br

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