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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Advogado resgata detalhes de crime bárbaro ocorrido no sertão paraibano em 1883

Detalhes - Publicado em 04 de Agosto de 2013 - por Redação
Jerdivan Nóbrega diz que está surpreso com a repercussão da obra

Jerdivan Nóbrega diz que está surpreso com a repercussão da obra; Em 1883, a pequena cidade de Pombal, localizada no alto sertão da Paraíba, foi surpreendida e aterrorizada por um crime brutal, ocorrida na Rua da Cruz. Uma jovem de 26 anos, chamada Maria da Conceição, esperava se casar com o senhor Rufino Gouveia, porém, mantinha um romance secreto com outra pessoa, e acabou engravidando de seu amante. Após realizar o parto sozinha, de uma menina, Maria sufocou a filha até matá-la, e a enterrou no quintal da casa de sua vó, onde o corpo foi encontrado e desenterrado por cachorros. É a partir daí que se desenrola "O Crime da Rua da Cruz - O jury de Maria da Conceição", livro lançado recentemente pelo advogado paraibano Jerdivan Nóbrega de Araújo.

A obra não se resume a relatar o crime cometido por Maria da Conceição. No decorrer do título, o leitor se depara com as consequências desse ato, relatados a partir dos julgamentos pelos quais a jovem passou, sendo absolvida no primeiro e condenada a três anos de reclusão no segundo. "Cerca de 130 anos depois, não se sabe o destino que tomou Maria da Conceição, depois de cumprida a pena, na cadeia mais segura do sertão da Paraíba, no século XIX, mas é possível traçar seu martírio a partir daquela fatídica noite de sábado, 2 de junho de 1883", destaca, no livro, Jerdivan Nóbrega.

Segundo o autor, de peça jurídica o processo de Maria da Conceição passou a ser um documento de relevância histórica, que permite analisar a sociedade pombalense, a partir do final do século XIX. "A marca indelével dos preconceitos e estereótipos típicos de uma sociedade machista, e conservadora, assinalada por código de conduta extremamente severo, observa-se nos autos do inquérito instaurado a presença significativa de uma moral edificada através de um notório processo de submissão feminina que ainda tem representatividade de grande envergadura nos dias atuais", observa o geógrafo José Romero Cardoso, ao analisar a obra do advogado paraibano.

Mais de 150 pessoas atuaram no processo de Maria da Conceição, entre juiz, promotoria, testemunhas, policiais, delegado e advogado de defesa, sendo esse, inclusive, Antônio Gomes de Arruda Barreto, que além do direito também atuava na área do jornalismo, com passagens pelo jornal O Estado da Paraíba, O Combate, O Eco e O Mossoroense, onde foi redator-chefe. "O Crime da Ruz da Cruz" reproduz desde o inquérito policial, até depoimentos de testemunhas as sessões do julgamento, configurando-se, conforme o autor, como um documento que conta a história da colonização dos sertões da Paraíba, a partir das ruas da velha urbe sertaneja.

O autor

Jerdivan Nóbrega de Araújo começou a escrever aos 18 anos, mas só teve seu primeiro trabalho publicado em 1997 com o livro "Sob o Céu Estrelado de Pombal". Antes escrevia para os jornais Correio da Paraíba, Correio das Artes e A União.

Bacharel em Direito, é funcionário dos Correios e Telégrafos e membro efetivo do grupo de estudos Benigno Cardoso D'Arão, por onde publicou dois títulos: "Quando se Falou Bem de Pombal" e "Pequena Biografia do Senador Ruy Carneiro". Em seu currículo está inclusa ainda a apresentação do volume VIII da biografia de Vingt-un Rosado Maia.

"Com essa nova obra, já foram nove livros publicados. Sou um pesquisador por natureza. Meus livros sempre são voltados a fatos históricos. 'O Crime da Rua Cruz' me surpreendeu. Muito bem aceito. Apareceram oportunidades de divulgação, mas eu prefiro não divulgar muito, uma vez que faço tudo por conta própria e não tenho como atender às vendas. Os dois últimos livros, por exemplo, eu fiz mil livros e em dois meses já estavam vendidos ou distribuídos gratuitamente. Eu só vendo até tirar o dinheiro da gráfica. Acho que livro não deveria ser vendido. Recebi uma proposta de uma editora de São Paulo para publicar uma segunda edição de 'A Saga da Cabocla Maringa', mas eles queriam um preço final ao público acima de 30 reais e eu recusei", afirma o escritor, acrescentando que sua prioridade agora é reeditar dois livros que lançou em 1997 e 2001.

FONTE:

http://omossoroense.uol.com.br/~omossoro/index.php/universo/53867-advogado-resgata-detalhes-de-crime-barbaro-ocorrido-no-sertao-paraibano-em-1883

Enviado pelo professor universitário e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

httP://blogdomendesemendes.blogspot.com 

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