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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

UM DOCUMENTÁRIO E UMA MINISSÉRIE QUE RETRATAM OS BRASILEIROS NA 2ª GUERRA SÃO OS NOVOS PROJETOS DE JOÃO BARONE

Publicado em 25/12/2013 por Rostand Medeiros

 
 
Fonte – http://www.bloggravatv24horas.com.br 

Certamente “Caminho dos Heróis” e “Terra de Ninguém” ajudarão a ampliar o conhecimento dos brasileiros em relação à participação dos pracinhas da FEB na Segunda Guerra Mundial.

Fonte - www.bloggravatv24horas.com.br 

Uma grande dificuldade que existe na vida de muitos dos homens que participaram de guerras é o recordar. Para muitos que realmente estiveram no meio do fogo cruzado, que tiveram medo de morrer dentro de uma trincheira fria e lamacenta, além de terem sentido o cheiro terrível dos cadáveres apodrecendo, trazer estas lembranças a tona, reviver todo aquele horror, é um fardo deveras pesado e complicado.

Agora imagine você caro leitor que seu pai, seu grande amigo, seu mentor, quando ainda era um jovem, um dia saiu de sua casa para vestir um uniforme militar. O Exército lhe deu um fuzil, ele esteve em combate em uma terra estranha e foi um dos brasileiros que participou da Segunda Guerra Mundial. Certamente além de seu amigo e mentor, ele se tornaria seu maior herói.

Agora imagine que, na sua busca natural de conhecimentos, você desejou saber muitos detalhes sobre a guerra. Mas pelo fardo deveras pesado e complicado de tudo que seu pai viu em combate, muito pouco ele comentou. Logo você percebia que não era legal falar sobre isso, pois de alguma maneira ele sofria.

Mas aí um dia seu pai, seguindo os desígnios da natureza, parte desta existência para um plano superior, deixando muitas saudades. Em meio à tristeza pela ausência, você sente um grande vazio. Um vazio que esmaga por dentro e grande parte disso tem haver com o desconhecimento sobre o que houve com seu pai na época da guerra. Agora só tinha um jeito, era palmilhar os caminhos da história.

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Bem, guardadas as proporções foi mais menos isso que aconteceu com os irmãos João Henrique e João Alberto Barone, que decidiram cair em campo na busca de conhecer a história da participação do seu pai, o Senhor João Lavor, como membro da Força Expedicionária Brasileira em luta na Itália.

Os irmãos Barone cresceram em uma casa com muita música. É daí que vem o trabalho principal de João Alberto Barone, baterista do Paralamas do Sucesso.  Mas seu segundo interesse, que vem desenvolvendo paralelamente há anos, já produziu documentários sobre a participação do Brasil na segunda guerra e em breve lança seu segundo livro sobre o assunto, “1942: O Brasil e Sua Guerra Desconhecida”.

A nova empreitada do músico, junto ao irmão João Henrique Barone, é a minissérie “Terra de Ninguém”, sobre esse momento histórico e o que significou para o Brasil. Ela será produzida integralmente em Santa Catarina, através de uma parceria com a Orbital Filmes. O objetivo de João Alberto é produzir um material de resgate histórico inédito no Brasil, sobre um episódio que é pouco contado e pouco lembrado. “A gente quer mostrar a guerra do Brasil, como o Brasil lutou a guerra. É diferente da guerra dos americanos, retratada em Hollywood”, diz ele. O combate enfrentado pelos brasileiros na região da Toscana, na Itália, não foi aquele das mega-produções hollywoodianas, com aviões de guerra e grandes explosões. Foi um enfrentamento corpo a corpo, à moda antiga.

Foto - Rosane Lima / No Jipe da 2ª Guerra, o diretor Paulo Trejes e João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso e estudioso do combate  
 Foto – Rosane Lima / No Jipe da 2ª Guerra, o diretor Paulo Trejes e João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso e estudioso da Segunda Guerra. 

O núcleo central da minissérie terá quatro personagens, um da Bahia, um do Rio de Janeiro, um de Minas Gerais e um de Santa Catarina — que será apelidado de “gaúcho”, para mostrar os estereótipos de uma época em que havia muito menos conexão entre as regiões. A partir deles a história ficcional vai se desenrolar, porém sempre baseada em muita pesquisa sobre o período. “O romantismo faz parte da dramaturgia, mas junto a isso existem dados e fatos. Por isso passa a ser também um registro histórico”, diz Paulo Trejes, da Orbital, que vai dirigir a série. 

Itália catarinense

Prevista em 15 episódios, a minissérie deve começar a ser filmada no segundo semestre do ano que vem. As locações já estão sendo mapeadas, entre elas está confirmada a região de Nova Veneza, no Sul do Estado, que apresenta semelhanças com o território italiano. “A gente encontrou condições ideais para a produção aqui”, diz João Alberto Barone.

Foto - Rosane Lima / João Baroni e Paulo Trejes em um programa de entrevista de uma TV catarinense, falam da minissérie Terra de Ninguém

Foto – Rosane Lima / João Baroni e Paulo Trejes em um programa de entrevista de uma TV catarinense, falam da minissérie Terra de Ninguém 

O projeto está na etapa de captação de recurso, e terá cuidado especial na escolha de todo o elenco. Serão usados veículos e armas da época, figurinos fiéis aos uniformes usados na guerra, tudo para contribuir com a credibilidade histórica da produção. “Queremos construir a identidade do Brasil na guerra”, diz João Alberto.

Essa identidade, segundo ele, foi marcante pra os italianos. “Os brasileiros ainda são lembrados na Itália, porque eram gentis, sensíveis. Eles não conseguiam comer quando viam mulheres, crianças e idosos em volta passando fome”, explica. É esse o heroísmo particular que a série buscará retratar, sem glamurizar a guerra. A máxima que resume essas relações é: a guerra traz à tona o melhor e o pior do ser humano.

Desejo toda sorte aos irmãos João Henrique e João Alberto Barone nestes novos e certamente interessantes projetos.
 Desejo toda sorte aos irmãos João Henrique e João Alberto Barone nestes novos e certamente interessantes projetos. 

Bem. Eu acredito que o trabalho dos irmãos João Henrique e João Alberto Barone a muito se firmou entre aqueles que gostam do tema Segunda Guerra Mundial e sempre produzindo coisas boas. Para mim a maior contribuição destes irmãos é a possibilidade de uma maior popularização do tema.

Esta fonte deve ser bebida e dividida com todos, para que aqueles que lá foram não sejam esquecidos e para que esta história não volte a se repetir.


Extraído do blog Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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