Por Clerisvaldo B.
Chagas, 5 de agosto de 2014 - Crônica Nº
1.233
As desastradas
fórmulas da chamada República Velha, fizeram com que acontecesse uma revolta no
sertão cearense e que ficou na história como “A Sedição do Juazeiro”. Governava
o país, Hermes da Fonseca, sobrinho do Marechal Deodoro, entre 1910 e 1914 quando
nesse último ano a revolta foi gerada. Era a intervenção do governo central na
política dos estados.
Deputado Floro Bartolomeu e Padre Cícero
Querendo
ampliar o mando da situação e impedir que opositores ocupassem cargos
importantes como governador, Hermes criou a “política das salvações” para interferir
nos estados contra seus opositores. O presidente apoiava as oligarquias
estaduais em troca de apoio à Presidência.
No Ceará,
Hermes da Fonseca procurava impedir o acesso das oligarquias de oposição ao
governo do estado. O senador gaúcho José Gomes Pinheiro Machado liderava essas
oligarquias. As medidas do presidente Hermes, causaram insatisfação nos
políticos daquele estado.
Desde 1911 que
havia uma disputa entre o padre Cícero e o presidente porque o padre queria
manter a família Acioly no poder. Entretanto, em 1912, o presidente retirou os
Acioly do comando. Nessa época o padre Cícero ocupava o cargo de prefeito do
Juazeiro e de vice-governador do estado.
O interventor
nomeado, Coronel Marcos Franco Rabelo, em 1914 começou a perseguir o padre Cícero.
Destituiu o sacerdote dos dois cargos políticos e ordenou sua prisão. Os grupos
oligárquicos revoltaram-se fazendo com que Floro Bartolomeu liderasse um
batalhão formado por jagunços e romeiros em defesa do padre Cícero.
Franco Rabelo
envia uma expedição para prender o padre Cícero. No Juazeiro do Norte, porém,
havia sido construída uma trincheira em redor da cidade em apenas sete dias e
que recebeu o nome pelo sacerdote de “Círculo da Mãe de Deus”. Houve vários
combates, sempre com a vitória dos revoltosos. As tropas do governo retornaram
à Fortaleza em busca de reforço. Floro Bartolomeu foi ao Rio de Janeiro em
busca de apoio de Pinheiro Machado. Enquanto isso, os revoltosos partiram para
Fortaleza e depuseram o governador Franco Rabelo.
O jeito que houve
foi o presidente Hermes da Fonseca convocar novas eleições para o governo do
Ceará. Ficou no cargo Benjamim Liberato Barroso e o padre Cícero retornou ao
cargo de vice-governador do estado.
* Continua
amanhã.
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