Nesta
quinta-feira (31), há exatos 76 anos, em 31/07/1938, após saber da morte
do cangaceiro Lampião, o seu conterrâneo e governador Agamenon Magalhães escrevia
no seu jornal “Folha da Manhã”, sobre o tema cangaço dizendo que “é necessário
uma legislação especial para combater o banditismo. Eu condenaria à morte,
sumariamente, sem direito a recursos, nem perdão, todos os “coiteiros”, todos
os que por covardia ou interesse guardaram, por tanto tempo, o mais terrível e
cruel dos bandidos, esse, cuja cabeça a polícia acaba de cortar para oferecer
ao estudo dos institutos médico-legais” e mais a frente concluir dizendo que, a
morte de Lampião prova que “a civilização operou o milagre. E dentro em pouco,
a memória das façanhas e das crueldades do cangaço não existirá mais, nem nas
trovas dos cantadores do sertão”. Na época quando assumiu o governo de
Pernambuco, Agamenon Magalhães mudou o nome da cidade de Vila Bela para Serra
Talhada, voltando ao seu nome primitivo, em uma tentativa de repaginar o nome
da cidade que estava muito ligada e associada aos cangaceiros e bandoleiros da
região.
Fotografia do
governador Agamenon Magalhães, que quando assumiu o governo de Pernambuco em
1937 alterou a denominação da cidade de Vila Bela para Serra Talhada, antigo
nome da fazenda fundada por seu trisavô Agostinho Nunes de Magalhães no século
XVIII. Com o serra-talhadense no governo o cangaço rumou para os estados
vizinhos até que teve fim após a morte de Lampião, em 1938, e de seu sucessor
Corisco, em 1940.
Já o
cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, fez na ultima
segunda-feira (28), exatos76 anos, em 28/07/1938, que o mesmo foi assassinado
em pleno combate na Grota de Angicos, em Poço Redondo (SE), pela força volante
do tenente João Bezerra da Silva, juntamente com outros companheiros do bando. Um
dia antes, Lampião pediu ao coiteiro Pedro de Cândido para ir a cidade de
Piranhas (AL) em busca de umas encomendadas, porém, aprisionado pela policia o
coiteiro confessou o local onde o bando se encontrava e guiou toda a guarnição
policial. O combate durou poucos minutos, e Lampião morreu atingindo por um
tiro fatal disparado pelo volante Antônio Honorato, ao lado de sua amada
companheira Maria Lopes de Oliveira, a Maria Bonita. O combate resultou
ainda na morte dos cangaceiros Luiz Pedro, Quinta-Feira, Mergulhão, Eletrico,
Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete II e Macela, além, do soldado Adrião. As
cabeças dos cangaceiros foram decepadas a golpe de facão e enviadas, depois de
exibidas em cidades da região, para o Museu Nina Rodrigues, em Salvador (BA),
onde passaram trinta anos até serem enterradas pelas famílias dos cangaceiros.
Combater o banditismo, eu também acho importante (assim como tantos outros acham), agora, "condenar à morte sumariamente, sem direito a recursos", alguém que por motivos que às vezes nem sabemos, apoiavam cangaceiros, acho temerário.
ResponderExcluirAntonio Oliveira - Serrinha