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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Esclarecimento de postagem

Por Paulo Britto

Caro José Mendes, como disse no facebook, seu blog está em destaque, entre as leituras sobre volantes e cangaço e devo dizer que fico contente de ver seu trabalho isento de fanatismo e feliz com a sua disposição em colaborar com um espaço para debates através do Blog do Mendes e Mendes. Sabemos que um blog requer um trabalho e dedicação diários.

Tomei a liberdade de esclarecer um Artigo que foi publicado na sua página, acho que dia 30/07 "PIRANHAS: Cangaceiros e volantes, uma disputa que não faz mais sentido - Por José Cícero".

Segue arquivo anexo.
Se puder postar fico-lhe imensamente grato.
Disponha sempre.
Forte abraço
Paulo Britto
81 99799723


Pesquisador José Cícero da Silva - Aurora
Prezado José Cícero,

Estou de pleno acordo quando da responsabilidade de escrever a “história”, para que esta seja contada com mais zelo/cuidado para não deturpar a realidade fática. Porém, o que se vê - em alguns casos - é a falta de preparo (mental/intelectual) na “construção de obras” científicas que parecem mais “literárias”.

Tenente João Bezerra da Silva - o homem que eliminou Lampião

Procuro trazer à tona quem foi o militar João Bezerra da Silva, que poucos conhecem sua história e trajetória. O que nos deixa tristes são as calúnias e inverdades.

Vera Ferreira neta de Lampião e Maria Bonita

Discordo quanto às “nuances e resquícios da velha peleja”, pois se você estava presente na tarde do dia 24/07, deve ter visto quando disse sermos amigos de Vera Ferreira e sua família há 36 anos, desde 1980. 

Os cangaceiros Moreno e Durvinha

Também com a descendente de Durvinha e Moreno (Lili) não é diferente, pois nos conhecemos desde 2009 e temos, considero eu, um excelente relacionamento. 

Lili Conceição e Inacinho filhos dos cangaceiros Moreno e Durvalina

Essas são algumas das pessoas que conhecemos que descendem de cangaceiros. Então, está comprovado que não há “nuances e resquícios da velha peleja”!!!

Concordo quando você diz que ... 

“é preciso não perder o foco. Principalmente a real noção do papel sociológico, político e cultural do cangaço na construção da história recente do povo dos sertões”. 

É que às vezes nos deparamos, como você bem disse, “com escribas laureados dos gabinetes sempre prontos para qualquer shownalismomidiático”.

Sobre diferenças entre soldados/volantes e cangaceiros, quis dizer que: as volantes tinham/tem uma Instituição formal, a quem deviam/devem prestação de contas, esclarecimentos e obedeciam/obedecem ordens. Meu pai serviu a Polícia Militar de Alagoas de 1922 a 1955 e esta existe há 182 anos, desde 1831, portanto, muito antes do aparecimento do Cangaço Lampiônico.

Vejamos a definição da palavra Vocação/vocacionado, “disposição natural e espontânea que orienta uma pessoa no sentido de uma atividade, função ou profissão - disposição, talento, tendência...”, segundo o Dicionário Houaiss.

Quanto a decapitação no Combate de Angico, foi – exclusivamente – para provar a morte dos cangaceiros que lá cessaram a vida. O corte das cabeças, como sabido, far-se-ia necessário para identificação dos criminosos, principalmente naquele caso, considerando o cansaço, a distância e, inclusive, havendo um soldado morto para transportar e mais dois militares feridos.

Adrião é o primeiro da esquerda - Foto do acervo do professor e escritor Antonio Vilela de Sousa

O fato das forças volantes terem tido apenas uma baixa (Soldado Adrião Pedro de Souza) é mais um ponto a favor da estratégia militar praticada pelo Comandante da Volante (Cel. João Bezerra da Silva) e a colaboração de todo seu efetivo.

Já em relação às “suspeitas de ter sido fogo amigo”, de 1938 até 2012  isso jamais foi mencionado por qualquer escritor, pesquisador, volante ou entrevistado. No livro que meu pai escreveu “Como dei cabo de Lampeão”, em que teve suas 1ª e 2ª edições editadas em 1940 (e em sua 4ª edição reeditada no final de 2013), meu pai presta uma homenagem ao Soldado Adrião e explica não só a morte do soldado, mas também muitos outros assuntos. Portanto, caso tivesse sido meu Pai o autor do disparo contra o Soldado Adrião, acredito que jamais teria Ele realizado essa homenagem em seu livro em momento imediatamente posterior ao ocorrido!

Entendo que é um equívoco pensarem que apenas os cangaceiros “vivenciaram e conseguiram a duras penas sobreviver ao flagelo do cangaço”. Na minha opinião, é de que os volantes sofreram mais que os cangaceiros, pelas condições adversas (dificuldade/inferioridade bélica e pela ajuda de coiteiros, latifundiários e chefes políticos aos cangaceiros)!

Tudo o que disse no Seminário de Piranhas está gravado.

Fico à disposição.
Recife, 05 de Agosto de 2014.

Enviado por: Paulo Britto, filho do tenente João Bezerra da Silva, o homem que eliminou das caatingas do nordeste brasileiro o cangaceiro capitão Lampião.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo10:30:00

    Companheiros: Quanto ao chamado "fogo amigo", não entendo e nada posso falar. Acho muito difícil esse tal de "fogo amigo" ter acontecido. Agora, quanto ao trabalho do blog do Mendes, ser "isento de fanatismo" e sim uma grandiosíssima colaboração, estou em plena concordância com nobre pesquisador Paulo Brito. Há alguns anos acompanho e gravo tudo que o Mendes posta, e, jamais encontrei uma falha em suas publicações, a não ser falha por equívoco de quem elaborou a matéria. Eu sou bastante exigente com o que faço ou com as coisas produzidas por alguém. E vejo mesmo caro Brito, a atenção e grande cautela que tem o companheiro Mendes em suas publicações. Assino embaixo as palavras do filho do Coronel Bezerra, não apenas por ser filho de um Oficial de respeito, mas (embora não o conheço pessoalmente), conheço os seus relatos.
    Antonio Oliveira - Serrinha - E-mail: antonioj.oliveira@yahoo.com.br

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