Por Clerisvaldo B.
Chagas, 7 de agosto de 2014 - Crônica Nº
1.235
Em 9 de
dezembro de 1913, os jagunços já haviam invadido o quartel da força pública e
tomado as armas. Após esse acontecimento o “Círculo da Mãe de Deus” foi feito.
As forças estaduais retornaram ao Crato e pediram reforço. Franco Rabelo enviou
mais soldados e um canhão. O canhão falhou e a tropa foi derrotada.
Juazeiro do Norte
Passaram-se
alguns dias para a reação do governo central. Tropas da capital juntaram-se aos
soldados do Crato. Sem conhecer o terreno e nem a disposição dos jagunços, os
atacantes fracassaram. O reforço sofreu demora e o tempo não ajudou no segundo
ataque realizado em 22 de janeiro. Outra humilhante derrota para os legalistas.
Parte das tropas deixou a região. Enfurecidos, os defensores do Juazeiro
partiram para invasão e saques de cidades da vizinhança, inclusive o Crato. Os
saques, dirigidos para alimentos e armas, ficaram incontroláveis, pois,
aproveitadores partiam também para o roubo de bens pessoais.
Houve ainda
outra investida legalista, cujo comandante chamava-se José da Penha e que
acabou morto na refrega durante o mês de fevereiro, apontado como o último
combate.
Foi importante
a ida de Floro Bartolomeu ao Rio de Janeiro em busca de apoio como o de
Pinheiro Machado.
A Marinha
procurou realizar um bloqueio marítimo em Fortaleza com o avanço dos rebeldes
em direção à capital. Cercado e sem ter como escapar, Franco Rabelo não passou
do dia 14 de março, quando foi deposto. Foi nomeado interinamente Fernando
Setembrino de Carvalho, pelo presidente Hermes da Fonseca e novas
eleições foram convocadas. Já vimos o resultado com Benjamim Liberato Barroso
eleito governador, padre Cícero eleito vice, de novo com o retorno da família
Acciolly ao poder.
Em relação ao
médico e articulador da luta armada, Floro Bartolomeu, foi eleito deputado
estadual e depois federal.
A influência
política do padre Cícero Romão Batista, continuou juntos aos coronéis e se
estendeu até o final do período da História Brasileira chamada República Velha.
Nem os
percalços da política ou da Igreja evitaram a fama adquirida pelo sacerdote do
Juazeiro, considerado conselheiro, visionário, ecologista, taumaturgo e santo.
O padre Cícero
Romão Batista, nascido em 24 de março de 1844, era filho de Joaquim Romão
Batista e Joaquina Vicência Romana. Faleceu em 20 de julho de 1934. Após a sua
morte aconteceu mais uma das suas inúmeras profecias: “Quando eu morrer é
que Juazeiro vai crescer”.
Cícero foi
eleito o cearense do século. O povo nordestino canoniza-o a seu modo: PADRE
CÍCERO, O SANTO DO NORDESTE.
* Final da série de 4 crônicas sobre o padre Cícero.
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