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quinta-feira, 30 de julho de 2015

“SETENTA E UM ANOS DA MORTE DE BATISTINHA”

Por Sálvio Siqueira 

Nossa homenagem ao “rifle de ouro”

No ano de 1896, em uma rua próxima ao pátio da feira da cidade de Afogados da Ingazeira – PE, o pistoleiro Desidério Ramos atira, assassinando Francisco Batista de Morais, conhecido por ‘Batistão’, a mando do coronel Luiz Antônio Chaves Campos.

Este acontecimento, gerou outro muito importante para Manoel Batista de Morais, popularmente conhecido pela alcunha de ‘Batistinha’, que tendo nascido em 2 de novembro de 1875, contava na época com 21 anos de idade, e era filho de ‘Batistão’.

É certo que ‘Batistão’ era uma pessoa difícil, encrenqueiro, brigão e que contava com vários homicídios nas costas, mas, quando se refere ao sangue meus amigos, que corre nas veias, a coisa tem um toque mais que especial. E seu filho, a partir daquele momento passa a pertencer as fileiras dos fora-da-lei, pois parte em busca de vingar seu pai assassinado.

Conseguindo seu intento, segue ‘Batistinha’, já conhecido como chefe de um grupo de cangaceiros, e que auto se batiza ‘Antônio Silvino’, o 'Silvino' vindo de um parente cangaceiro, mas o Antônio ainda hoje não sabemos o porquê com certeza, passando, tempos depois, a também ser conhecido como o “o rifle de ouro”. Por vários anos a população nordestina passaria a ouvir histórias a respeito de Antônio Silvino. Corre daqui, corre dali, e, o tempo passa com o “rifle de ouro” buscando escapar das emboscadas das volantes e, as volantes tentando dar o bote no afamado chefe cangaceiro.

A prisão de Antonio Silvino ao centro em 1914

No dia 28 de novembro de 1914, nas imediações da Lagoa de Laje, município de Santa Maria - PE, trava ele, seu último embate contra as forças volantes. Depois de cerrado tiroteio, deixa um número de baixas enorme. Muitos foram mortos, outros baleados, seu lugar tenente, Joaquim Moura, para não ser preso, suicida-se com um tiro do próprio rifle.

Caminhando atordoado, faltando-lhe oxigênio, pois um projétil de um fuzil tinha lhe atingido nas costas e, consequentemente os pulmões, Silvino começa a sentir faltar-lhe forças nas pernas e segue cambaleante... até chegar na residência de um amigo, coiteiro, e em seguida, pede ao mesmo que chame a força policial que vai se entregar. Segundo historiadores, ele pronuncia a frase: ‘estou entregue!’ - quando do ocorrido, Manoel Batista de Morais, o Antônio Silvino, ou ainda o ‘rifle de ouro’, contava com a idade de 39 anos.

Após sua prisão, é removido a cavalo por estar ferido, para a cadeia de Taquaretinga, e em seguida, é transferido para capital pernambucana, sendo preso na casa de detenção. Torna-se o detento da cela de número 35 do raio leste, tendo como identificação o número 1122. Foi condenado a 239 anos e 8 meses de reclusão.

Preso, passa a ser objeto de estudos e pesquisas dos alunos da faculdade de direito do recife. Tem visitas ilustres como Luís da Câmara Cascudo, Nilo Pereira, José Américo de Almeida dentre outras personagens...

Decorridos 23 anos, dois meses e dezoito dias de detenção, recebe sua liberdade... perambula pelas ruas da cidade do Recife e Olinda, visita praias e, apesar dos seus 62 anos de idade, sente-se um jovem, cheio de ansiedade e perspectivas para o futuro. Viaja ao Rio de Janeiro, capital do país na época, e, presencialmente, tem uma entrevista com o presidente Getúlio Vargas.


Seu maior objetivo era poder comprar um pequeno ‘pedaço de terra’, para dedicar-se exclusivamente à agricultura, mas, quis o destino, não lhe dar essa condição. Perambula pelo Estado da Paraíba, terminando por alojar-se na casa de uma sobrinha, em Campina Grande- PB, Teodulina Alves Cavalcanti, bastante modesta por sinal, na rua Arrojado Lisboa. Vindo a falecer na casa dessa sobrinha, Teodulina, no dia 30 de julho de 1944. Deixa sua prole para as gerações futuras através dos seus oito filhos, José Batista, José, Manoel, Damiana, Isaura, Severina Severino e José Morais.

Fonte: facebook

Nota: Sem querer invalidar a informação do escritor Sálvio Siqueira nos meus apontamentos Teodolina Alves Cavalcanti era prima de Antônio Silvino.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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