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sábado, 1 de outubro de 2016

LIBERDADE E MAÇONARIA


O prédio antigo da Loja Maçônica 24 de Junho, no Centro de Mossoró, não passa despercebido. Logo no seu frontispício, se entende porque ele faz parte de um pedaço importante da história, lembrado pelos mossoroenses: A Libertação dos Escravos em 1883, cinco anos antes da assinatura da Lei Áurea. 

A placa possui a inscrição: “Aqui nasceu a Abolição da Escravatura”, datada de 1953 e assinada por Vingt Rosado, então prefeito naquele ano em que foi concedida a homenagem em reconhecimento ao envolvimento dos maçons neste feito. Mas, até por não ser divulgado, pouco se fala na contribuição dada pela Maçonaria para o feito do 30 de Setembro. Um erro grandioso, já que muito do esforço para a concretização da abolição deveu-se aos maçons, intelectualizados e conscientes de que a escravidão, no contexto da época, poderia ser abolido.

Envolvimento 

Em 30 de setembro de 1883, as autoridades maiores de Mossoró se irmanaram com uma comitiva muito grande que veio de Fortaleza (CE) para tratar da liberdade dos escravos. A reunião histórica ocorreu no Passo Municipal, o atual Museu Lauro da Escóssia, por voltas das 12h.
Entre as pessoas ilustres daquela manhã, vários deles faziam parte da Maçonaria e já vinham se esforçando para o ideal dez anos antes daquele momento, desde a fundação da Loja Maçônica em 1873. Muitas das discussões sobre a Abolição da Escravatura ficavam no interior do templo, mas ganhavam força na medida em que os ideais atingiam cada vez mais autoridades capazes em colaborar com ela. 


Segundo Olismar Lima, maçon da Loja Maçônica 24 de Junho, o momento da leitura da Ata realizada em 30 de setembro, às 16h de 1883, homologando a Libertação, foi a concretização de uma discussão de uma década defendida pela Maçonaria. “Sabemos que a cidade não foi a primeira a libertar os escravos, mas considerando a época, o feito, a ação deve ser sempre comemorada”, explica Olismar Lima.

Documentos 

Dentro da Loja 24 de junho, em uma das saletas se avista um grande cofre que guarda a verdadeira riqueza da Maçonaria: os seus documentos. 


Dentro do cofre há o acesso a uma outra porta gradeada de ferro, contendo diversos livros, atas, jornais e uma gama de documentos que possuem uma riqueza histórica, incluindo o fato da Abolição do 30 de Setembro, muitos documentos com 129 anos, desde o primeiro dia da fundação da Loja 24 de Junho, até os dias de hoje. Além dos documentos em papel, estão as bandeiras com os ideais ‘Liberté, Igualité, Fraternité’ que moveram as revoluções na França e das quais motivaram os abolicionistas e uma mais antiga ainda da bandeira do município.

Sessão Magna 


Em virtude da data, no dia 30 de setembro e para relembrar a participação dos maçons para a efetivação da libertação naquele ano de 1883, a Loja 24 de Junho realiza na noite do dia 30 a Sessão Magna.
Hoje, haverá palestra com o grão-mestre de Honra do Grande Oriente Independente do Estado do RN (GOIERN), Antônio de Brito Dantas. A Sessão é aberta ao público e é prestigiada por maçons e autoridades, mas é aberta ao público. Haverá ainda lançamento de livro e da Edição 16 da Revista do ICOP. Em seguida os maçons saem em caminhada para participar do Cortejo da Liberdade que se realiza a partir das 19h na avenida Alberto Maranhão.

Cortejo 

Neste ano, o desfile do cortejo em homenagem ao 30 de Setembro tem a coordenação de Marcos Leonardo, concepção artística e produção cênica de Joriana Pontes, com a participação do grupo Diocecena e bailarinos de outras companhias, trilha sonora de Kleber D’mazzio e Fabrício Monteiro e terá a participação militar, civil e cultural com concentração, às 18h, no cruzamento da Felipe Camarão com avenida Alberto Maranhão, com início às 19h. Confira a programação completa no box abaixo.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com


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