Por Junior
Almeida
Manoel Severo e Júnior Almeida
O tema cangaço
a todos apaixona e vicia também. Parece uma droga, no bom sentido, é claro,
pois enquanto mais se toma conhecimento de determinado fato, mais se vai em
busca de mais e mais. Assim como um dependente químico vai atrás das porcarias
que lhe matam, os viciados (se assim podemos dizer) em cangaço vão em busca de
conhecimento através de depoimentos de pessoas mais velhas, de visitas a locais
que ocorreram fatos históricos e principalmente de livros confiáveis que possam
ajudar no seu entender. Não é raro um aficionado pelo tema desembolsar quantias
consideráveis em livros raros.
A história
cangaceira é ampla, e parece ser inesgotável em fatos, que mesmo depois de
tanto tempo, insistem em aparecer, como há pouco tempo atrás quando o
pesquisador João de Sousa Lima descobriu e revelou para o público, Moreno e
Durvinha, cangaceiros do bando do capitão Virgulino, desaparecidos desde os
tempos do cangaço, e “achados” em Minas Gerais. Existem muitas controvérsias de
fatos ocorridos, de datas de batalhas, de nascimentos e também de nomes. A data
de nascimento de Maria Bonita, por exemplo, a maioria dos estudiosos sabe ou
aceita, que foi dia 8 de março de 1911, mas desde 2011, ano do suposto
centenário de Maria de Déia, que o pesquisador Voldi de Moura Ribeiro, alega
ter provas que a data correta do nascimento da rainha do cangaço é 17 de janeiro
de 1910.
Com Lampião
não é diferente, muito pelo contrário, a sua história é repleta de datas e
nomes que não se batem, deixando confusos pesquisadores experientes e mais
ainda quem está apenas engatinhando nos estudos do cangaço. Numa rápida
pesquisa na internet a enciclopédia livre da rede, Wikipedia, mostra que
Virgulino nasceu em 4 de junho de 1898, data essa que consta do batistério de
Virgulino, fornecido pela Diocese de Floresta. Procurando um pouco mais, logo
encontramos a data de 7 de julho de 1897, essa segundo o Cartório de Registro
Civil do 3° Distrito de Tauapiranga (antigo Barro Vermelho), município de Serra
Talhada.
A família de
Lampião pela parte do pai, essa sim é uma verdadeira festa de nomes e datas
divergentes, que levam a crer que foram atos intencionais para despistar seus
inimigos. Perdedores da guerra contra os Montes, no Sertão dos Inhamuns no
Ceará, os Alves Feitosas fugiram para vários lugares do Nordeste, então não
seria seguro se manterem com seus nomes verdadeiros. Até o velho Zé Ferreira,
pai de Lampião, considerado como agregador e manso da família também é
encontrado na história com alguns nomes diferentes. José Ferreira da Silva,
José Ferreira de Lima, José Ferreira de Barros e até José Ferreira de
Magalhães.
A mãe de
Lampião, que se sabe, era quem armava os filhos, pois dizia não criar moças,
essa é encontrada na história com vários nomes diferentes grafados em diversos
documentos de Virgulino como também dos seus irmãos. São “todas Maria, mas, com
sobrenomes diferentes. Maria Sulena da Purificação, Maria Vieira da Soledade,
Maria Vieira do Nascimento, Maria Lopes da Conceição, Maria Santina da
Purificação, Maria Ursulina da Purificação, Maria Lopes, Maria Ferreira Lopes,
Maria José Lopes, Maria Jacosa e Maria Selena da Purificação.
Quem se deu ao
trabalho de se esconder tanto em nomes diferente, com certeza teve o que
esconder.
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/590372877838327/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário