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quarta-feira, 19 de abril de 2017

JOÃO E MARIA

Por Stélio Torquato Lima

João e Maria é mais um conto de fada, da coleção "Contos de fada em Cordel", de autoria de Stélio Torquato editado pela Cordelaria Flor da Serra, com lançamento na Bienal do Livro, programado para o dia 21.

João e Maria é um conto de fadas de tradição oral, tendo sido coletado pelos Irmãos Grimm, que a suavizaram para agradarem a classe média do século XIX. Nas versões originais, a narrativa faz referência aos homicídios de crianças, prática comum na Idade Média devido à fome e à constante escassez de comida. Na versão dos Grimm, os irmãos são deixados no bosque para que morram ou desapareçam porque não podem ser alimentados. No livro A Psicanálise dos Contos de Fadas, o psicólogo austríaco Bruno Bettelheim (1903-1990) descreve a narrativa como uma metáfora da fase oral da criança (que se estende do nascimento até cerca de 18 meses de vida), representada no conto pelo ato das crianças comerem a casa da bruxa. Em 2013, o filme de ação e terror João e Maria Caçadores de Bruxas, dirigido por Tommy Wirkola, traz os protagonistas do conto já adultos, os quais se tornam caçadores profissionais de bruxas.

Leia a seguir os versos iniciais dessa adaptação cordeliana de Stélio Torquato e para adquirir a obra, compre na banca da Cordelaria Flor da Serra, no Centro de Eventos, diretamente com o autor, pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou ainda pelo WhatsApp (085) 9.99569091.


Esta historinha começa
Com a péssima decisão
Que tomaram um dia os pais
De Maria e de João.
A ideia foi motivada
Porque a família citada
Passava por privação.

Era, de fato, bem pobre
O referido casal,
O qual tinha muitos filhos,
Sete ou oito no total.
Devido à extrema pobreza,
Faltava tudo em sua mesa,
O aperreio era geral.

Como o pai dessas crianças
Estava desempregado,
Raramente esse senhor
Conseguia algum trocado.
E sem serviço e sem ganho,
Seu pesar era tamanho
Que vivia atormentado.

Pra achar uma solução
Pra aquela vida sofrida,
Precisava conversar 
Com sua esposa querida.
Indo as crianças dormir,
Com a esposa ia discutir
Procurando uma saída.

Indo os filhos para a cama,
Foi falar com a mulher dele.
“Que solução nós daremos?”
– Bem depressa disse ele.
Procuraram, procuraram,
Mas solução não acharam
Para um problema daquele.

A mãe disse: “Sem dinheiro,
Como nós vamos criar
Esse monte de menino
Que é preciso alimentar?
Cada filhinho peralta,
Se sumir, faz muita falta,
Mas precisamos pensar...”

Aproveitando essa fala,
Disse o pai, coçando a testa:
“Dois filhos eu vou levar
E deixar lá na floresta.”
A esposa se entristeceu,
Mas a ideia do esposo seu
Nem acata e nem contesta.”

Enviado pelo professor José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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