Por Verluce Ferraz
Lampião foi uma das pessoas mais biografadas da história do
sertão nordestino. Teve seu talento para as artes por décadas encoberto
pela fumaça da pólvora; seu brilho como artista foi ofuscado pelas faces das
facas e dos punhais.
Descoberto pelo mascate Benjamim Abrahão Calil Boto,
responsável por popularizar o estilo do cangaceiro através da película do
cinema, mostrou ao mundo suas roupas exóticas. O mais cruel matador e perigoso
dos cangaceiros também foi costureiro unissex e um dos primeiros homens a usar
os bustiês. Criou as bolsas à tiracolo (embornal) com bordados florais.
Caprichava
nas indumentárias, usando sianinhas, botões, entremeios, bolsos pespontados. Os
lenços em volta do pescoço eram presos por argolas. Nos dedos muitos anéis: no
pescoço trancelins de ouro.
Lampião era portador de TOC; fazia uso dos
penduricalhos e rezas para fechar o corpo. Muito supersticioso e de
personalidade perversa. O ingresso das mulheres no cangaço, muito facilitou
para harmonizar seu estilo e costume com todos.
Na verdade os seus companheiros
nem suspeitavam que o que mais agradava ao cangaceiro Lampião era a sua
identificação com os seus próprios desejos de vestir-se com roupas semelhantes
às femininas (transvéstico), - com as roupas bordadas estaria se
caricaturizando no gênero oposto; gostos fornecidos pelos seus desejos mais
reprimidos.
A presença da mulher dirige as atenções para formas diversas além
de possibilitar mais as criações fantasiosas do cangaceiro. E é com a
permanência da mulher no cangaço que poderá viver suas fantasias sem quaisquer
suspeitas. Estenderá seus costumes a todos de seus grupos.
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http://bogdomendesemendes.blogspot.com
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