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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

PADRE JOSÉ KEHRLE TENTOU EVITAR O MASSACRE DE OUTUBRO DE 1922 EM BELMONTE-PE


Por Valdir José Nogueira - pesquisador/escritor

Homem extraordinário, culto e carismático, proveniente de família Judia, nascido na Alemanha em 19/05/1891, José Kehrle ordenou-se em 14/03/1914 como religioso no Mosteiro de São Bento, Olinda, Brasil. O mesmo veio para estas terras a fim de fazer estudos para seu doutorado em doenças tropicais, pois ele era médico, resolvendo aqui optar pela vida religiosa. Quando vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Penha, em Vila Bela, conheceu Virgulino Ferreira o Lampião ainda no começo de sua vida como cangaceiro, sendo inclusive seu conselheiro e confessor. Padre José Kehrle Assumiu a Paróquia de São José, do Belmonte no dia 21 de fevereiro de 1922.


Durante o seu paroquiato aconteceu o “massacre de outubro de 1922”. Como ordenava a tradição, a festa de outubro, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, era realizada anualmente na cidade de Belmonte. As comemorações se iniciavam com a tradicional alvorada, os sinos da Matriz repicavam, fogos explodiam no ar, banda de música e pífanos alegravam as ruas...Aquela animada noite de 19 de outubro de 1922 teve como patrono o coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz. Este senhor, ao deixar a Matriz de São José juntamente com o padre José Kehrle, seguiu para a Casa Paroquial. Lá o reverendo então o interpelou sobre a sua situação com Ioiô Maroto. Respondeu o mesmo que a malquerença entre ambos havia terminado, pois que um irmão de Ioiô entrara com ele em negociações, tendo emprestado ao mesmo a quantia de três contos de réis e cedido o vapor para serviços de Maroto, e que também havia dispensado o seu pessoal que, por prevenção trazia armado. Nesse momento uma chuva começou a cair, o reverendo insistentemente, mais de uma vez, pediu para o coronel pernoitar na Casa Paroquial. Recusando, então, o convite do padre, às onze horas o coronel deixava aquela casa e retornava ao seu lar. Lá chegando, deu de cara com seu vaqueiro, Manoel Pilé, que espantado relatou que ficara sabendo que Ioiô Maroto estava juntando um considerável número de gente em armas na sua fazenda Cristovão. Não dando crédito às desconfianças de seu vaqueiro, Gonzaga tranquilizou-o dizendo que não havia mais questão entre ele e seu compadre Ioiô. O certo é que pelas nove horas dessa mesma noite, Ioiô Maroto havia saído de sua fazenda com os seus companheiros e cangaceiros, parentes e moradores, em número superior a 45 homens, com rumo certo para a cidade de Belmonte, onde realizaria a empreitada na forma pretendida: matar o coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz.

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