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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

UM GRUPO DE BANDIDOS INVADE O RIO GRANDE DO NORTE E COMETTE DEPREDAÇÕES

Por Antônio Filemon Rodrigues Pimenta

Anno - XI - Nº. 227 - 14 de Maio de 1927.

A noite de 10 do corrente foi esta cidade alarmada com um aviso que de Apody fôra transmitído, por intermédio da Estação da Estrada de Ferro, em S. Sebastião, dizendo ter sido aquella cidade atacada por um grupo de bandidos, pelas 3 horas da madrugada, recrudescendo até 11 horas do mesmo dia! Os bandidos primeiro matando o comerciante Manoel Rodrigues, incendiando casas, como aconteceu com a da viúva do Cel. João Jazimo, há pouco fallecido, sendo saqueada e incendiada totalmente! Entre os prisioneiros estavam os Srs. Comerciantes Luiz Ferreira Leite e Francisco Pinto, presidente do Município, que obtiveram seu resgate pagamento aos facínoras que lhes, punham guarda sendo suas casas commerciaes saqueadas e devoradas pelas chammas. 

Também esteve preso o Padre Benedito Alves, Vigário da Freguesia, que intercedia piedosamente pelos presos já condenados à morte! No dia 11, o telegrápho de Martins avisava que o grupo criminoso havia atacado Gavião e se preparava para atacar àquella cidade. Nesse dia, Martins se preparava para receber o ataque, tendo sido preso um espião na ladeira da serra o qual confessou estarem os bandidos em números de 20, ao pé da mesma, pronctos s darem o assalto, por meio de aviso d'aquelle.

Disse que o grupo era chefiado por um tal de Sabino.

No dia 12 a povoação de Itahú fôra atacado pelos cangaceiros, conforme aviso de Pau dos Ferros, à noite!

Desde o dia 10, transportara-se para a zona flagellada, com um contigente o Tenente Juventino, de Areia Branca, viajando em trem extraordinário até S. Sebastião, continuando à cavallo.

Na manhã de 12 chegou de Natal, o Tenente Laurentino Moraes, com outro contigente, embarcando logo após pelo trem de S. Sebastião, conduzindo 7 autos para d'ali seguirem com velocidade. esta cidade durante estes dias e noites esteve de plantão, tendo as firmas M. F. do Monte & Cia., e outras mais desta praça, levantando uma guarda de muitas dezenas de homens armados, que organizaram-se em defesa, com diversos piquetes. O Banco do Brasil e outras repartições públicas, temendo a ameaça que poderia cahir sobre nós, se acautellaram, com homens em armas.

Até o presente as notícias são desencontradas e os bandidos zombando de nossas milícias! Que decepção!

Fonte: O Cangaço na Imprensa Mossoroense
Tomo II
Antônio Filemon Rodrigues Pimenta
(Pesquisa e Organização)
Fundação Vingt-un Rosado
Coleção Mossoroense
Série "C!, número 1104,
Outubro 1999
Página 15
Livro doado a mim pelo pesquisador do cangaço Kydelmir Dantas
Digitado por José Mendes Pereira

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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