A 24 de março de 1930 estourou um combate na Fazenda Peri-Peri, próxima a Juazeiro, estendendo-se até a Fazenda Favela. Neste, três militares saíram gravemente feridos.
O sargento Aderbal Borges teve entrada de projétil um pouco acima da mandíbula, no lado direito da face, com saída pelo lábio inferior, no seu lado esquerdo.
Depoimento de Ângelo Roque, o cangaceiro Labareda, que participou do confronto, a Estácio de Lima (1965):
"Labareda" fotolito de Paulo Gil Soares |
"Nós íamos viajando, um dia, na rodagem e topamos com os macacos do sargento Aderbal... Nós não tivemos certeza se eles vinham da Favela, ou do Juazeiro sustentamos um fogo corrido, e mergulhamos na caatinga. Os macacos perderam a pista. E nós tínhamos ali por perto um pouso que não era bom, mas, porém servia. Compadre Lampião reuniu o pessoal e mandou Zé Baiano emboscar a estrada da Favela e nós ficamos de emboscada na estrada de Juazeiro. Pegamos, aí, um portador, e toquemos-lhe o pau, e tomamos um dinheiro que ficou com Lampião.
Dinheiro era preciso, mas não faltava vindo dos coronéis, dos amigos, de quem for. O capitão deu ordem e despachou um camarada pra buscar mais uma importância em Juazeiro. Nós fomos denunciados por esse cabrinha falador e tivemos duas brigadas, melhor dizendo uma por cima da outra. Zé Baiano com a volante que vinha da Favela e Lampião com nós, de novo brigando com o sargento Aderbal e os macacos dele. A ordem não era pra nós combatermos pra valer até o fim. Novamente recuamos, sumindo, pra voltar na ocasião correta. E sempre gritando, assoviando, descompondo. Numa dessas ocasiões, o fogo cerrou feio, e o sargento Aderbal, com disposição de homem, avançou pra nós, querendo acabar com a gente, e então se descobriu.
Levou um tiro danado que feriu a cabeça, bem no queixo; nós soubemos que foi coisa feia, mas, porém o sargento aguentou como homem e o resto dos macacos também não correram. Aderbal ainda vive, sendo coronel da polícia. Nós inventamos de continuar nas brigadas desse dia, mas não parecia haver vantagem pra nós. Compadre Lampião deu sinal e nós abrimos caatinga adentro. Zé Baiano já tinha chegado, mas Volta Seca estava sumido. Ninguém acreditou que ele tivesse sido morto! Dormiu no mato, e no outro dia quando nós estávamos distanciados e começamos a cantar Mulher Rendeira, Volta Seca chegou, contando que esteve perdido, e nos achou guiado pelo canto da Mulher Rendeira."
Também feridos no mesmo tiroteio soldados Calixto Eleutério dos Santos e José Domingos dos Santos
Dinheiro era preciso, mas não faltava vindo dos coronéis, dos amigos, de quem for. O capitão deu ordem e despachou um camarada pra buscar mais uma importância em Juazeiro. Nós fomos denunciados por esse cabrinha falador e tivemos duas brigadas, melhor dizendo uma por cima da outra. Zé Baiano com a volante que vinha da Favela e Lampião com nós, de novo brigando com o sargento Aderbal e os macacos dele. A ordem não era pra nós combatermos pra valer até o fim. Novamente recuamos, sumindo, pra voltar na ocasião correta. E sempre gritando, assoviando, descompondo. Numa dessas ocasiões, o fogo cerrou feio, e o sargento Aderbal, com disposição de homem, avançou pra nós, querendo acabar com a gente, e então se descobriu.
Levou um tiro danado que feriu a cabeça, bem no queixo; nós soubemos que foi coisa feia, mas, porém o sargento aguentou como homem e o resto dos macacos também não correram. Aderbal ainda vive, sendo coronel da polícia. Nós inventamos de continuar nas brigadas desse dia, mas não parecia haver vantagem pra nós. Compadre Lampião deu sinal e nós abrimos caatinga adentro. Zé Baiano já tinha chegado, mas Volta Seca estava sumido. Ninguém acreditou que ele tivesse sido morto! Dormiu no mato, e no outro dia quando nós estávamos distanciados e começamos a cantar Mulher Rendeira, Volta Seca chegou, contando que esteve perdido, e nos achou guiado pelo canto da Mulher Rendeira."
Também feridos no mesmo tiroteio soldados Calixto Eleutério dos Santos e José Domingos dos Santos
O soldado Calixto Eleutério dos Santos teve três ou duas costelas do lado esquerdo fraturadas por tiro de fuzil. O soldado José Domingos dos Santos teve a coxa esquerda varada por uma bala e o dedo polegar esquerdo despedaçado por outra.
Pesquei no Açude do cumpadi Rubens
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