O Brasil perdeu a cantora Cláudia Telles.
Cláudia Telles
de Mello Mattos nasceu no Rio de Janeiro no dia 26 de
agosto de 1957 e faleceu no dia 21
de fevereiro de 2020.
Foi uma cantora, compositora e instrumentista brasileira,
de ascendência portuguesa e francesa,
intérprete de canções românticas, dentre elas as mais tocadas: "Fim de
Tarde" e "Eu Preciso Te Esquecer".
Biografia/Carreira
Filha do
violonista, compositor e advogado Candinho, e de uma das precursoras da bossa nova,
a cantora Sylvia Telles, Cláudia Telles, ainda menina, foi
convidada pela mãe para subir ao palco do Teatro Santa Rosa, no Rio, no último
show da temporada do espetáculo "Reencontro", que reuniu Sylvia
Telles, Edu
Lobo, Trio Tamba e Quinteto Villa-Lobos, para cantar "Arrastão" (de
Edu Lobo e Vinicius de Moraes). Ficou órfã de mãe aos nove
anos, tendo sido criada por seus avós maternos, tendo tido pouco contato com o
pai. Aos dezesseis anos, após ter perdido os avós, foi viver sozinha no
apartamento que era de sua mãe, em Copacabana.
Nesta época trabalhava em musicais no teatro.
Cláudia
iniciou sua carreira fazendo coro para artistas famosos em suas gravações,
entre eles The Fevers, Roberto
Carlos, José Augusto, Gilberto
Gil, Jerry Adriani, Jorge Ben, Belchior, Simone, Rita Lee, Fafá de Belém, entre vários outros. Sua chance de
"brilhar" veio, entretanto, quando uma amiga do Trio Esperança,
Regina, precisou se afastar do grupo por causa da gravidez, Claudia a
substituiu em gravações e shows, ganhando experiência de público. Daí para
frente ela se dedicaria completamente à arte musical.
Além das
gravações em estúdio, Claudia foi crooner do conjunto de Chiquinho do
Acordeon, um dos mais conceituados da época, durante um ano. Saiu quando Walter
D'Ávila Filho, ao escutar uma música nova de seu parceiro e também produtor na
época da CBS (hoje Sony Music) Mauro Motta, se lembrou dela e de sua voz - um
pouco parecida com a da mãe, mas com um timbre metálico, diferente das vozes
que havia no mercado e deu-lhe, a título de experiência a “tal” música para
gravar. O sucesso foi estrondoso.
A música logo
passou aos primeiros lugares das paradas. Todos queriam saber de quem era
aquela voz suave e vieram os diversos convites para programas de televisão. O
público jovem se identificou imediatamente com aquela menina de cabelos
escorridos, tímida, que lhes derramava versos de amor. "Fim de Tarde"
foi um dos grandes sucessos daquele ano de 1976 e agora menina-mulher,
amadurecida pelo tempo e pelas circunstâncias, conhecia a fama. Foram vendidas
mais de 500 mil cópias do compacto simples, o que lhe valeu o primeiro disco de
ouro da carreira, oportunidades para excursionar e também para gravar a música
em inglês e espanhol.
Aos 19 anos,
Cláudia se projetava nos mesmos caminhos antes trilhados com incomparável êxito
pela mãe. Passou então a ser requisitada para shows, cantando do samba ao
bolero. Mas sua paixão era a Bossa Nova, chegando a ser considerada a mais
perfeita intérprete de "Dindi", uma das muitas músicas que havia
feito de sua mãe uma celebridade e unanimidade nacional, ultrapassando as fronteiras
do Brasil.
No seu
primeiro LP, em 1977, Claudia regrava “Dindi”, de Tom Jobim e Aloysio de
Oliveira, grande sucesso na voz de sua mãe, e faz mais dois grandes sucessos,
“Eu preciso te esquecer” e “Aprenda a amar”.
Cláudia nunca
escondeu de ninguém o prazer que sentiu ao gravar "Dindi", um dos
grandes sucessos de Sylvinha Telles: "Foi uma forma de homenageá-la".
A homenagem foi além, veio em forma de batalha. A mesma batalha empreendida por
Sylvinha para mostrar o que queria e do que era capaz, apenas com uma diferença:
a dura comparação do seu trabalho com o da mãe, a eterna luta para provar que
chegou onde quis sem nunca contar apenas com o fato de ser mais uma filha da
mãe famosa.
Quatro anos
após o sucesso de "Fim de Tarde", em entrevista à revista O Cruzeiro, contou do seu desejo de resgatar à
memória os sucessos da Bossa Nova. Seria um tributo a sua mãe e ao maior
movimento da história da música brasileira. Entrou em contato com sua gravadora
e discutiram esta possibilidade. A ideia, entretanto, nunca saiu da gaveta,
deixando seu sonho adormecido por algum tempo.
Era separada e
teve três filhos homens, que não seguiram a carreira artística.
Morte
Morreu no fim
da noite de sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020, aos 62 anos, de insuficiência cardíaca e disfunção da
válvula aórtica, causadas por endocardite.[1][2].
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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