Por José Mendes Pereira
Coronel Petronillo de Alcântara Reis de Santo Antônio da Glória. Foto do acervo do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio. - http://cangaconabahia.blogspot.com
O coronel Petronillo de Alcântara Reis era lá de Santo Antonio da Glória no Estado da Bahia, cidade que segundo o escritor João de Sousa Lima desapareceu do mapa pelas barragens do Rio São Francisco. O coronel Petronillo comprou propriedades e animais em sociedade com o capitão Lampião e findou o traindo, porque o coronel foi esperto, registrou as propriedades somente em seu nome.
O capitão Lampião quando tomou conhecimento da safadeza feita pelo coronel Petronillo de Alcântara Reis não gostou nem um pouquinho, e com isso, jurou matá-lo. Mas não conseguiu, porque antes que a desgraça acontecesse o coronel foi mais esperto do que ele. Foi embora para o Estado de Alagoas. Com o passar dos tempos Lampião deixou pra lá, não iria mais fazer vingança pela covardia do dito coronel.
Acho eu que ele imaginou que não valia a pena perder tempo com quem não tinha palavra e responsabilidade. É possível que ele tenha dito: "- Sou bandido, sou cangaceiro, mas sou homem e cumpro com a minha palavra. O homem não é obrigado dar a sua palavra, mas se der, tem que cumprir. Eu cumpro!".
Mas o escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima diz em um dos seus trabalhos que em 1928, quando Lampião saiu de Pernambuco para o Estado da Bahia, um dos seus primeiros contatos foi com o coronel Petro, que era uma figura importante, sendo o chefe político de Santo Antônio da Glória.
Diz ainda o escritor que quando houve na Baixa do Boi em Paulo Afonso a batalha que nela foi assassinado Ezequiel Ferreira da Silva, o irmão mais novo do capitão e último que fez parte do cangaço, Lampião achou em um dos bolsos de um policial que foi morto no combate, um bilhete do coronel Petro endereçado ao comandante da volante, e neste estava escrito onde eram os esconderijos dos cangaceiros.
Logo Lampião arquitetou sua vingança sem dó, com muito ódio e grandes prejuízos. Iniciou de tal forma perversa, incendiando em torno de 18 fazendas do coronel Petronillo de Alcântara Reis, começando por Glória, em seguida cruzando o Raso da Catarina, além de tocar fogo nas fazendas o capitão Lampião matava os pobres animais.
Segundo Guilherme Alves o ex-cangaceiro Balão em entrevista à "Revista Realidade" em Novembro de 1973, disse que o povo pensa que o capitão Lampião matava por qualquer coisa. Mas nunca ele viu Lampião mandar matar alguém a sangue frío. E as fazendas por ele destruídas eram dele mesmo.
Diz Balão que o rei Lampião havia comprado as terras em sociedade com um tal de coronel Petronillo de Alcântara Reis, as quais eram Tronqueira, Cachoeirinha, Formosa..., mas ele as registrou apenas em seu próprio nome, e com este tipo de sabotagem Lampião zangou-se. " - Eu mesmo ajudei a matar muito gado a tiro na Cachoeirinha" - afirmou ele.
Acredita-se que o coronel Petronillo Reis como estava com medo da vingaça do capitão Lampião de imediato fugiu para o Estado de Alagoas, no nordeste do Brasil, que nesse tempo, o perverso e sanguinário capitão já havia saído das terras alagoanas e estava reinando em outros Estados.
Rarissima foto de
Santo Antonio da Glória, Bahia. Era a cidade de referência, no alto Sertão. Foto do acervo do escritor João de Sousa Lima
O rei Lampião
Acho eu que ele imaginou que não valia a pena perder tempo com quem não tinha palavra e responsabilidade. É possível que ele tenha dito: "- Sou bandido, sou cangaceiro, mas sou homem e cumpro com a minha palavra. O homem não é obrigado dar a sua palavra, mas se der, tem que cumprir. Eu cumpro!".
João de Sousa Lima
Mas o escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima diz em um dos seus trabalhos que em 1928, quando Lampião saiu de Pernambuco para o Estado da Bahia, um dos seus primeiros contatos foi com o coronel Petro, que era uma figura importante, sendo o chefe político de Santo Antônio da Glória.
Diz ainda o escritor que quando houve na Baixa do Boi em Paulo Afonso a batalha que nela foi assassinado Ezequiel Ferreira da Silva, o irmão mais novo do capitão e último que fez parte do cangaço, Lampião achou em um dos bolsos de um policial que foi morto no combate, um bilhete do coronel Petro endereçado ao comandante da volante, e neste estava escrito onde eram os esconderijos dos cangaceiros.
Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião
Logo Lampião arquitetou sua vingança sem dó, com muito ódio e grandes prejuízos. Iniciou de tal forma perversa, incendiando em torno de 18 fazendas do coronel Petronillo de Alcântara Reis, começando por Glória, em seguida cruzando o Raso da Catarina, além de tocar fogo nas fazendas o capitão Lampião matava os pobres animais.
Segundo Guilherme Alves o ex-cangaceiro Balão em entrevista à "Revista Realidade" em Novembro de 1973, disse que o povo pensa que o capitão Lampião matava por qualquer coisa. Mas nunca ele viu Lampião mandar matar alguém a sangue frío. E as fazendas por ele destruídas eram dele mesmo.
O cangaceiro Balão
Diz Balão que o rei Lampião havia comprado as terras em sociedade com um tal de coronel Petronillo de Alcântara Reis, as quais eram Tronqueira, Cachoeirinha, Formosa..., mas ele as registrou apenas em seu próprio nome, e com este tipo de sabotagem Lampião zangou-se. " - Eu mesmo ajudei a matar muito gado a tiro na Cachoeirinha" - afirmou ele.
Acredita-se que o coronel Petronillo Reis como estava com medo da vingaça do capitão Lampião de imediato fugiu para o Estado de Alagoas, no nordeste do Brasil, que nesse tempo, o perverso e sanguinário capitão já havia saído das terras alagoanas e estava reinando em outros Estados.
Conheça o Raso da Catarina clicando neste link abaixo:
Coronel Antônio de Souza Benta
Coronel Antonio de Souza Benta - Foto do acervo do professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio. - http://cangaconabahia.blogspot.com
Antônio de
Souza Benta era natural de Chapada Velha, município de Brotas de Macaúbas. Ele
originalmente veio para o Ventura, onde se estabeleceu em um garimpo que o
permitiu ficar rico. Posteriormente mudou-se para Morro do Chapéu.
De sua união
com Honestina Virgília Benta, em 1895, nasceu um filho, de nome Flodoaldo de
Souza Benta, que morreu em 11.09.1917, aos 21 anos de idade, na fazenda Roça
Grande, situada entre o Ventura e Bela Vista (hoje Utinga). O cavalo que
montava foi beber água, tropeçou, atolou e caiu por cima do mesmo. O rapaz
cursava o segundo ano de engenharia civil em Salvador.
O
coronel teve outro filho José de Souza Benta, formado em direito em 1919, com
Josepha Maria D’Assumpção. Em 13.01.1925 o jornal A TARDE noticia que o Dr.
José Benta suicidou em Mucugê. Era ex-juiz de Remédios e foi injustamente
acusado de desvio de 20 contos de réis da uma casa comercial. Após a morte de Flodoaldo o coronel Benta criou um menino de nome Remo.
Benta era um grande amigo, seguidor
politico e braço armado do Coronel Dias Coelho.
Os coronéis da região quando tinham qualquer caso de crime mandavam o jagunço para Dias Coelho abrigar em Morro do Chapéu. Dias Coelho mandava esses criminosos para o coronel Benta, que era seu homem de armas e possuía garimpos na serra de Martim Afonso onde mantinha as despesas de mais de 100 homens, que eram garimpeiros e jagunços. Se um criminoso ia para lá, para trabalhar, e não obedecia as ordens ele mesmo tinha que abrir sua sepultura.
Os coronéis da região quando tinham qualquer caso de crime mandavam o jagunço para Dias Coelho abrigar em Morro do Chapéu. Dias Coelho mandava esses criminosos para o coronel Benta, que era seu homem de armas e possuía garimpos na serra de Martim Afonso onde mantinha as despesas de mais de 100 homens, que eram garimpeiros e jagunços. Se um criminoso ia para lá, para trabalhar, e não obedecia as ordens ele mesmo tinha que abrir sua sepultura.
Benta exerceu o cargo de Intendente no periodo de 1904-1906. Com a morte de Dias Coelho, em 1919, vplta a assumiu, a prefeitura, no período de 19.02 – 10.04.1919, numa fase agitada, em face da existência de uma forte oposição política, que havia implantado o “Pequeno Jornal”, dirigido por Adelmo Pereira e seu filho Osvaldo Dourado Pereira, para divulgação de suas idéias.
Na eleição de
1923, os partidários do coronel Benta apresentaram como candidato ao cargo de
intendente, o coronel José Martins de Araújo, de Canabrava do Miranda (atual
Canarana), que concorre com o professor Faustiniano Lopes Ribeiro. A eleição
gera um impasse, pois ambos os candidatos se declaram eleitos. O Senado
Estadual decide a questão, reconhecendo a eleição do professor Faustiniano.
Esse fato gera o início de uma fase politicamente muito agitada, inclusive com
a vinda da capital de uma força policial, comandada pelo tenente Macedo, em
apoio ao prefeito, correligionário do governador Góes Calmon. Essa crise tem
como consequência a criação do municipio de Irecê.
O coronel
Benta foi membro da Comissão Pacificadora das Lavras Diamantinas, nos conflitos
em torno do coronel Horácio de Matos, em 1920. Em 30.01.1922, o coronel Benta e
sua esposa se mudaram para Senhor do Bonfim.
Muritiba et.
al. (1997) citam que na época em que apoiou com jagunços o coronel Galdino
César de Moraes (1857-1946), na sua luta armada contra o coronel Ernestino
Alves Pires, em Jacobina, o Coronel Benta se orgulhava de ser capaz de ter ao
seu dispor 450 homens .
Tavares (2001)
cita que nos primeiros dias da revolução de 1930, telegramas do presidente
Washington Luis, de Pedro Lago, governador eleito, e de outros políticos
baianos, convocaram coronéis da Chapada Diamantina, do São Francisco e do
Sudoeste a enviarem homens armados para engrossar as forças governistas. Quase
todos atenderam ao apelo acreditando ser uma repetição da luta contra a Coluna
Prestes.
Cunegundes
(1999) cita que após a revolução de 1930, o coronel Benta foi preso em Feira de
Santana, por comandar um Batalhão Patriótico para combater as forças
revolucionárias que pretendiam, como obtiveram, a deposição do presidente
Washington Luiz. Anos depois, durante uma campanha política, o governador
Juracy Magalhães, de passagem por Morro do Chapéu, ficou hospedado na sua casa
e sempre repetia a pergunta: o que é que o senhor quer do meu governo? Benta
então dizia: eu não quero nada. O senhor mandou me prender. Portando
considere-se hospede apenas da minha esposa e não meu convidado Por mais que
Juracy explicasse que a ordem de prisão não partira dele, Benta não mudou de
idéia.
Antônio de
Souza Benta foi o primeiro proprietário de carro em Morro do Chapéu, um
caminhão apelidado de Leão do Norte.
Uma reunião
realizada em Duas Barras, em dezembro de 1935, deliberou encaminhar aos poderes
competentes, o pedido para mudar o nome dessa localidade para Souza Benta.
O coronel
Antônio de Souza Benta faleceu em Morro do Chapéu, em 23.02.1946. A sua
importância histórica para Morro do Chapéu é muito relevante. Sob sua liderança
a cidade viveu a crise politica que resultou na criação do município de Irecê,
a passagem da Coluna Prestes, a passagem de Lampião e a Revolução de 1930.
Benta também
foi um destacado construtor de estradas, muitas vezes aplicando recursos
proprios.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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