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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

INVENCÍVEIS E IMORTAIS.

 Por João Filho de Paula Pessoa

O Sertanejo ao se inserir no Cangaço abandonava sua vida na forma como vivia, abandonava sua família, suas raízes, sua casa, seu trabalho, seus amigos, seus apegos e iniciava uma nova vida, num estilo e ritmo totalmente diferente, uma vida nômade, errante, perigosa, aventurosa, livre e bandoleira. Ganhava nova indumentária, roupas diferentes, armas, munição, utensílios, novos amigos, inimigos e um novo nome, um nome de guerra, um apelido.

Os apelidos marcavam o início da nova vida e serviam de proteção a ele e a sua família, para que ambos não fossem identificados e sua família não sofresse a opressão social e policial.

Os apelidos se relacionavam e eram inspirados em várias fatores, como características físicas e pessoais, habilidades e emoções, fatos e datas biográficas, à fauna, à flora, à fenômenos da natureza, aos astros celestes, à cultura nordestina e religiosa, dentre outras inspirações.

Quando um Cangaceiro morria, tentava-se ao máximo esconder este fato, os corpos, quando possível, eram resgatados e enterrados em locais secretos, às vezes com as cabeças desmembradas dos corpos para dificultar a identificação, se achados, e seu apelido era dado ou adotado por um novo cangaceiro, para refletir perante todos, sertanejos, civis, governos e militares a ideia de invencibilidade e imortalidade do Cangaceiro. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 29/09/2020.

Obs: Nossos Contos também são contados em vídeos no YouTube - Canal Contos do Cangaço. https://www.youtube.com/channel/UCAAecwG7geznsIWODlDJBrA

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