Por João Filho de Paula Pessoa
Serra Do Umã, quando estava preso, em entrevista a Leonardo Mota, foi perguntado se no cangaço tinha algo engraçado, então contou que em meados dos anos 20, estava no bando de Lampião quando vagueavam em Pernambuco, perto de Vila Bela.
E pararam numa bodega onde Lampião pediu ao bodegueiro uma garrafa de conhaque, e como era de seu costume, não bebia nada sem que antes a pessoa que lhe servisse experimentasse primeiro como prevenção de envenenamento, e assim serviu uma dose de uns dois dedos ao bodegueiro que bebeu aquela dose, após, Lampião se serviu de outra dose e também bebeu.
Aí entrou na bodega um sujeito que eles não conheciam e folgadamente se dirigiu a Lampião e pediu um pouquinho daquela bebida.
Lampião, surpreso, o olhou de cara fechada e disse: "Para você nunca mais tomar confiança com homem que não é seu parceiro, eu hoje lhe mato a vontade" e obrigou ao pidão folgado a beber toda a garrafa de conhaque de uma vez só, senão levaria faca no bucho.
O cabra bebeu toda a garrafa e saiu desconfiado, às quedas, bêbado, vomitando, tropeçando e se agarrando nas estacas de cerca que tinha pela frente, sob as gargalhadas e gritaria de algazarra dos cangaceiros.
João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 21/12/2020.
Assista o filme deste Conto - https://youtu.be/ssEnMRCkLiM
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