Por Rangel Alves da Costa
]Manoel Belarmino, Aderbal Nogueira ao centro, e eu. A cada nova Expedição e novas descobertas, mesmo no já conhecido. É que a história visual, ou presencial, do Cangaço sempre instiga novas indagações. Não é como a presença de um livro, onde a pessoa lê e vai acreditando ou não no que o autor descreveu. No meio do mato, perante os sertões, a história é outra. É mais interativa e reflexiva. É muito mais viva e mais contundente, para o espanto ou a admiração. É como se os cangaceiros ainda estivessem ali, É como se suas vozes ainda ecoassem em meio aos tufos de mato, coitos e espinhentas veredas. A gente ainda sente a morte e o desespero pela vida rondando. A gente ainda sente o silêncio que de repente se torna em alvoroço, em gritaria, em disparos pipocando de canto a outro.
A gente ainda vê o olhar resoluto de Lídia, mesmo sabendo da morte que vai chegando pelas mãos odiosas de Zé Baiano. A gente sente a presença de vultos espalhados, de volantes escondidos entre a mataria, imaginando um ataque certeiro ao Coito do Maranduba. E o fogo, o Fogo do Maranduba que ainda persiste em labaredas vivas. A gente testemunha o fogo, sente a correria, embaça os olhos com a nuvem de pólvora que vai se alastrando. Sim, agora tudo está repousando nos silêncios do tempo.
Agora só restam as paisagens, mas nestas a gente ainda sente tudo. Os
pesquisadores, escritores e interessados, chegam a Poço Redondo e se encantam
com tudo isso. E eu também me encanto com a visita e o interesse de cada um
pelas histórias cangaceiras do nosso Sertão. Por isso que quando partem, quando
rumam a outros destinos, na voz rouca do meu íntimo eu passo a cantarolar uma
velha canção cangaceira: “Se eu soubesse que chorando empato a sua viagem, meus
olhos eram dois rios que não lhe davam passagem...”.
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